Comparar o preço de compra de um carro no Brasil e em outro país requer muito mais do que a conversão direta. Com dólar nas alturas, comprar um carro no Brasil ficou mais barato do que nos Estados Unidos quando usada a moeda norte-americana. Mas e quanto ao poder de compra?
Para balizar isso, a revista The Economist divulga mensalmente desde 1986 o Índice Big Mac. A ideia é compara o poder de compra entre os países e mostrar onde as coisas são de fato mais baratas ou não.
O cálculo realizado comparando o preço do Big Mac do McDonald’s por todo o mundo na moeda local, já que ele é um produto global com custo de produção e venda semelhante. Assim é revelado quantos Big Macs um cidadão do Brasil ou dos Estados Unidos (ou outro páis) compra com a mesma quantidade de dinheiro.
O índice revela que, em julho de 2020, caso o dólar fosse cotado a R$ 3,66 no Brasil, teríamos o mesmo poder de compra de um norte-americano. Assim, o valor de um Big Mac seria igual nos dois países. Contudo, o dólar fechou a R$ 5,34 no período, com o nosso Big Mac custando R$ 20,90 e o americano a US$ 5,71.
Carros e McDonald’s
Mas o que isso tem a ver com os carros? Medindo o poder de compra dos países a partir do Índice Big Mac é possível medir o quão mais caro ou mais barato é comprar um automóvel 0 km.
O índice remove qualquer problema quanto a variação cambial e se aproxima mais da realidade de quantos salários mínimos são necessários para comprar um carro novo – matéria já publicada aqui no Auto+.
Usando o Toyota Corolla Hybrid como exemplo dentro do Índice Big Mac, vemos que os americanos tem maior poder de compra que os brasileiros. Aqui pagamos o equivalente a 7.100 lanches do McDonald’s pela versão topo de linha do sedã.
Já eles pagam exatos 4.115 Big Macs para comprar um Corolla. Comparativamente ao poder de compra, o brasileiro tem poder de compra praticamente cortado pela metade quando comparado a um estadunidense.
Com isso, poder de compra do Brasil comparativamente aos Estados Unidos é 31,5% menor, segundo o The Economist.
Argentina custa mais que o Brasil
Contra a Argentina, que está em crise, temos vantagem. O Corolla Hybrid topo de linha custa por lá o equivalente a pagar por 10.328 Big Macs. O Índice Big Mac revela que os argentinos tem poder de compra 38,5% menor que os estadunidenses.
Economias mais sólidas e ricas como Suíça tiveram poder de compra maior que dos EUA. Por 6,50 marcos suíços, eles têm o lanche do McDonald’s é o mais caro do mundo. Além disso, os suíços não têm Corolla sedã em seu mercado. Contudo, para comprar o Corolla mais caro da Suíça são precisos 7.292 Bic Macs.
Vale lembrar que por lá a versão mais cara do Toyota é a perua Corolla Touring Sports na versão GR S que traz motor 2.0 híbrido mais potente que o nosso 1.8 hybrid flex. Em comparação aos norte-americanos, os suíços tem poder de compra 20,9% maior.
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