O futuro não será feito só de modelos elétricos, pelo menos no continente europeu. Isso porque a União Europeia acaba de voltar atrás em seus planos de desistir de proibir a venda dos modelos a combustão a partir de 2035. Porém, alguns requisitos precisam ser cumpridos pelas montadoras.
Já há algum tempo a Europa tem anuncia que a partir de 2035 os novos automóveis a combustão seriam completamente banidos do continente. Contudo, recentes documentos vazados mostram que a União Europeia poderia liberar a comercialização de alguns modelos novos a combustão.
Isso de fato aconteceu e a Europa acatou o pedido da Alemanha em manter a liberação de venda para novos carros a combustão. Os alemães também tinham apoio de outros países como a Itália, Hungria, Polônia, Eslováquia, Romênia e República Checa.
Futuro não será só de elétricos
É importante dizer que os carros elétricos ainda podem ser a maior parte entre os modelos vendidos, mas que eles não serão os únicos ofertados como muitos imaginavam. A outra alternativa ficará a cargo dos automóveis movidos a combustíveis sintéticos.
Porém, para isso eles precisarão provar a emissão zero de poluentes em sua utilização (ou algo muito próximo disso). Além disso, a União Europeia também determinou que todos os carros movidos a combustíveis sintéticos precisarão ter um sistema inteligente de bloqueio.
Será obrigatória uma tecnologia que impeça a utilização de diesel ou gasolina, já que a permissão só é concedida a modelos de zero emissões de CO2. De acordo com o chefe do Grupo Volkswagen AG, Oliver Blume, o combustível sintético também pode ser uma solução para os 1,3 bilhão de automóveis que já estão rodando no mundo todo.
O que é o combustível sintético
Também conhecido como e-Fuel, o combustível está sendo desenvolvido inicialmente com mais foco pela Porsche, pertencente ao grupo Volkswagen AG. Esta tecnologia consiste em criar um combustível a partir de uma reação química, dispensando a utilização do petróleo.
A gasolina sintética é produzida basicamente por hidrogênio e carbono em uma reação química entre os dois componentes, sem a necessidade do petróleo. A Porsche já começou a operar em uma fábrica inicial na Patagônia (Chile), onde se utiliza energia obtida por uma turbina eólica da Siemens Energy, ou seja, energia limpa.
O hidrogênio é obtido através da hidrólise da água, devolvendo um oxigênio limpo para a atmosfera depois do processo. Já o carbono é obtido no processo de captura do CO2, praticamente limpando a atmosfera ao usar o dióxido de carbono que é responsável pelo efeito estufa.
Vale lembrar também que os motores atuais não necessitarão de adaptações para funcionarem com o combustível sintético, o que garante um custo menor para todos. Importante dizer também que a emissão de poluentes é cerca de 90% menor com o combustível sintético.
Com isso nós podemos dizer que ele se aproxima bastante da zero emissão de poluentes, já que o CO2 emitido pelo escapamento foi reutilizado e capturado na atmosfera. Os elétricos ainda conseguem ser mais limpos em seu funcionamento por não ter nenhum tipo de emissão, mas seu processo de fabricação e o descarte das baterias ainda poluem muito o meio ambiente.
A fábrica de combustível sintético da Porsche localizada no sul do Chile deverá produzir em 2023, cerca de 130 mil litros. O número ainda é muito baixo, mas em torno de dois anos a marca pretende aumentar o volume de produção para 55 milhões de litros. Até 2027 a quantidade de produção deve chegar aos 550 milhões de litros por ano, número bem mais agradável. É possível ainda que fábricas na Austrália e nos Estados Unidos também sejam construídas pela montadora de origem alemã.
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