Está nítido para todos que os preços dos carros vendidos no Brasil estão absurdamente altos. Com isso, praticamente não temos mais um carro barato e popular à venda aqui. Contudo, carros mais baratos podem se tornar uma realidade novamente em nosso país, já que um estudo visa criar tributos mais baixos para modelos populares a etanol.
Atualmente o carro mais barato do Brasil, o Renault Kwid, custa absurdos R$ 68.190. A questão é que mesmo sendo posicionados na faixa de entrada do mercado, esses modelos mais acessíveis estão muito distantes do que custavam há poucos anos atrás, onde eram vendidos por cerca de 30 mil reais nas versões mais básicas.
Carro popular vai voltar?
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) está estudando uma possibilidade de facilitar a volta dos carros populares no Brasil. Para que isso aconteça, porém, seria preciso uma nova tributação exclusiva para determinados carros.
A ideia é cobrar menos impostos sobre um carro popular com motor 1.0 movido somente a etanol. Com esses tributos mais baixos que os já aplicados nos motores 1.0 flex, o preço de entrada no mercado brasileiro poderia reduzir consideravelmente. Isso faria com que os modelos mais baratos custassem cerca de R$ 50 mil a R$ 60 mil.
Algo parecido já aconteceu no passado, quando o governo brasileiro incentivou os carros com motores pequenos, abaixo de 1.000 cilindradas (1.0). Foi nesse momento que surgiram grandes conhecidos do consumidor brasileiro, como o famoso Fiat Uno Mille.
Entretanto, atualmente os carros são mais caros para produzir, afinal, os itens obrigatórios como ABS, airbags e controles de tração e estabilidade, implicam em custos de fabricação mais altos. Isso quer dizer que dificilmente teremos carros com o mesmo valor de antes, mas caso essa discussão termine na aprovação da ideia, os preços poderiam ter uma redução considerável.
Bom para as montadoras
Essa ideia também é benéfica para as montadoras de automóveis, já que elas poderiam voltar a lucrar mais com a quantidade mais alta de veículos vendidos, mesmo que eles tragam um percentual menor no lucro quando comparado com carros mais caros.
Hoje em dia muitas marcas preferem vender menos, mas com preços mais altos, aumentando o rendimento da mesma forma. Ao menos na faixa mais acessível, essa situação poderia mudar um pouco. O Grupo Stellantis, que tem marcas como Peugeot, Fiat, Citroën, Jeep e RAM, já declarou seu apoio a essa nova possibilidade.
Vale dizer que caso isso seja aprovado futuramente, também pode ser de grande ajuda para o meio-ambiente, já que um modelo movido a etanol polui muito menos que a gasolina. Nos carros flex, que podem usar ambos os combustíveis, muitos optam pela gasolina pelo maior rendimento e muitas vezes o melhor custo-benefício, mesmo que seja mais prejudicial à saúde do planeta.
O carro mais barato do Brasil
No cenário atual o carro mais acessível de nosso mercado é o Renault Kwid na versão Zen 1.0 Manual, de R$ 68.190. Ela já traz itens como ar-condicionado manual, 4 airbags, luz diurna em LED, sistema start-stop, rádio com Bluetooth, sensor de pressão dos pneus, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, indicação de trocas de marcha, vidros elétricos dianteiros e direção elétrica.
Não muito distante dele há o Fiat Mobi Like 1.0 Manual, que parte de R$ 68.990. Entre os itens de série há sensor de pressão dos pneus, vidros elétricos dianteiros, ar-condicionado manual, direção hidráulica, painel de 3,5” e pré-disposição para rádio (dois alto-falantes dianteiros).
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