Vendas e Preços

Anfavea divulga queda de 50% na produção de veículos

Presidente da associação das fabricantes afirma que retomada gradual deve se estender até 2025

Anfavea
Produção de veículos (reprodução)

A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) apresentou o balanço dos seis primeiros meses de 2020 na indústria automobilística. Devido ao impacto da pandemia causada pela Covid-19 (desde março, no Brasil), a produção caiu drásticos 50,5% em comparação com mesmo período de 2019. O acumulado deste ano é de 729,5 mil unidades.

Em junho, a produção de 98,7 mil unidades foi 129,1% superior à maio. Por outro lado, o número é 57,7% inferior à junho do ano passado. Com esses dados, e com base nas expectativas econômicas do país para o segundo semestre, a associação projeta produção de 1,63 milhão de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus ao longo de 2020 – volume 45% inferior ao de 2019.

Licenciamentos e exportações
Com o licenciamento de 132,8 mil unidades em junho, o acumulado do semestre foi de 808,8 mil veículos – recuo de 38,2% ante o sexto mês de 2019. As exportações fecharam em 19,4 mil unidades no período, totalizando 119,5 mil no semestre. Resultado: queda de 46,2%.

Pesados
Embora não tão drástica, a baixa no setor de caminhões também foi forte por conta da pandemia. No semestre, a produção (34,8 mil) foi 37,2% menor em relação ao mesmo período do ano passado. Os licenciamentos das 37,9 mil unidades apresentaram retração de 19,1%. Já as exportações (4,8 mil), encolheram 19,2%. Cabe salientar que os números das vendas de caminhões são mérito dos bons resultados da safra agrícola.

Opinião do presidente
De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, essa crise – que superou as registradas nas décadas de 1980 e 1990, bem como a de 2015 – chegou num momento em que as empresas projetavam crescimento anual de quase 10%, por isso, “terá impactos duradouros, infelizmente”, enfatiza. Para ele, a expectativa é que apenas em 2025 o setor retorne aos níveis de 2019, ou seja, com atraso de seis anos.

“Trata-se de uma estimativa dramática, mas muito realista com base no prolongamento da pandemia no Brasil e na deterioração da atividade econômica e da renda dos consumidores”, afirma o presidente. A perspectiva de produção é lastreada num mercado interno projetado de 1,68 milhão de unidades vendidas no ano (queda de 40%) e uma exportação de 200 mil unidades (menos 53%), além de levar em conta a variação de estoques e as importações de veículos.

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