Depois da repercussão sobre a matéria do Suzuki Alto K10 aqui no Auto+ e das últimas ações da marca japonesa no Brasil, uma pergunta se acendeu: será que a Suzuki está indo para o rumo certo? No nosso país ela tem obtido participação tímida nos últimos anos e agora tem só um carro disponível, o Jimny Sierra. Será que não está na hora de ela ficar mais indiana?
No mundo todo, o país no qual a Suzuki tem mais sucesso é na Índia. Na terra em que vacas são sagradas, a montadora japonesa é líder isolada há anos e praticamente todos os modelos que lança, são sucesso. Por isso a Toyota desistiu de vender seus próprios carros na Índia e hoje baseia sua linha em modelos rebatizados da Suzuki.
Aqui no Brasil, por outro lado, a Suzuki é controlada pelo grupo HPE que gerencia também a Mitsubishi. Só que ao invés de fazer a Suzuki ser uma marca com destino próprio e independente, há uma tentativa de fazer ela passar uma imagem de Mitsubishi parte 2. Ou seja, fama baseada em rally e competições.
Isso faz bem para a Suzuki para promover o já falecido Jimny e o atual Jimny Sierra, que são verdadeiros monstros do off-road. Mas o restante da gama de modelos da marca nunca teve aptidão off-road de verdade, como uma parte maior do portfólio da Mitsubishi. Mas e se o foco mudasse para o baixo custo?
Caminho das Índias
A Suzuki já vende em baixo volume no Brasil, o que faz com que muitas montadoras optem por modelos mais caros para lucrar mais. Contudo, aumentar a participação de mercado e diminuir o lucro por unidade trazendo modelos mais baratos poderia fazer a marca japonesa ter presença mais forte. E a solução poderia vir da Índia.
Por lá, a marca conta com uma gigantesca cadeia de fábricas e o mercado é de baixo custo como o Brasil. Muitos carros indianos, como Renault Kwid e Toyota Eitos, fazem relativo sucesso por aqui. No caso do Renault com algumas adaptações e melhorias, mas a Suzuki tem modelos um pouco mais evoluídos.
Lá na Índia ela tem o Alto K10, recentemente lançado por R$ 29.990 (em conversão direta). Um modelo simples como ele vendido por aqui a algo por volta de R$ 45 mil ou até mesmo R$ 50 mil cortaria o preço de entrada dos carros nacionais em mais de R$ 10 mil – território onde estão Fiat Mobi e Renault Kwid.
Mas se a Suzuki não quiser descer tanto no patamar, tem o subcompacto Celerio que começa em R$ 34 mil (conversão direta) e seria mais próximo ao nível de Kwid e Mobi. Vendê-lo por R$ 60 mil aqui não seria algo impensável. E ao contrário dos rivais, Celerio e Alto K10 possuem até uma versão automatizada de embreagem única.
A linha de compactos da marca na Índia ainda conta com o quadradinho Wagon R, que tem ares de minivan ou o Swift, que chegou a ser vendido por aqui na versão Sport. Os dois teriam preços mais próximos dos modelos nacionais, mas com tamanho mais compacto, o que poderia diminuir as chances de mercado.
Linha Nexa
Dentro da Maruti Suzuki, a marca japonesa separa seus modelos em duas submarcas. Os modelos Arena são mais simples e foram os citados na primeira parte desse texto, mas há também a linha Nexa, com carros mais sofisticados, caros e que também têm perfil muito próximo ao que o brasileiro gostaria.
O principal talvez seja o Ignis. Ele é um hatch compacto com ares de SUV, exatamente como o novo Citroën C3. Poderia facilmente se passar por rival do Fiat Pulse por aqui e ter preço na casa perto dos R$ 100 mil, ainda que comece em R$ 34 mil na Índia. Seu motor é um 1.2 três cilindros aspirado de 82 cv, que o colocaria próximo aos modelos 1.0 aspirados no Brasil.
Há também a nova geração do Grand Vitara. O modelo renasceu como um SUV compacto urbano, feito em parceria com a Toyota. O grande destaque é o conjunto híbrido 1.5 quatro cilindros aspirado combinado a um motor elétrico. Juntos rendem 116 cv e 14,4 kgfm de torque. Esse modelo, inclusive, é cotado de fato para vir ao Brasil.
A linha ainda tem a minivan XL6 que tenta se vestir de SUV, o hatch compacto Baleno (que tem porte de Chevrolet Onix), o sedã compacto Ciaz (que lá na Índia rivaliza com o Toyota Yaris Sedã) e o S-Cross (que já foi vendido no Brasil, mas sem sucesso).
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