Agora que a nova geração do Renegade foi definitivamente descartada no Brasil, a Stellantis está trabalhando a todo vapor no novo Jeep Avenger para o nosso mercado. Prova disso, é que o Auto+ já teve acesso a tudo que mudará no SUV compacto de entrada da marca norte-americana para se adequar ao nosso mercado.

No começo da carreira do Renegade e atualmente com o Compass, a Jeep mantém uma constância perfeita entre todos os países. O Compass do Brasil tem acabamento e visual igual ao europeu, que é idêntico ao norte-americano. Basta ver um 4xe, que é importado da Itália, que não tem um parafuso diferente dos modelos feitos em Goiana, PE.

Só que isso não vai poder ser repetido no Avenger. Isso porque o SUV compacto foi altamente rejeitado nas clínicas feitas no Brasil por conta do acabamento inferior. O modelo usa muito plástico duro na construção de seu painel, o que é algo que os brasileiros não aceitam em um Jeep – vide o acabamento do Renegade, que é referência na categoria.

Melhorias para nós

Por isso, o principal trabalho da engenharia e do time de design da Stellantis no Brasil é melhorar o acabamento do Avenger. Por dentro, ele receberá nova forração emborrachada na parte superior das portas, enquanto na Europa a peça é dura. O tecido (ou couro) das portas também receberá uma camada mais generosa de espuma.

Outra mudança será na parte inferior do painel, logo abaixo da faixa plástica que, na Europa, é da cor da carroceria. Ali também serão empregados materiais de melhor qualidade, mas é provável que ainda seja plástico duro – afinal, até no Commander essa parte inferior é dura. As texturas devem mudar e receber qualidade superior.

Além disso, importante novidade será na manopla de câmbio das versões automáticas. Hoje na Europa, o Jeep Avenger automático ou o elétrico recebem o seletor de marcha igual ao do Fiat 500e, feito por botões, além de ter o seletor de modo de condução feito com peça de Peugeot.

Para o Brasil, a Jeep instalará uma manopla de câmbio comum, parecida com a do Renegade. Isso porque a ideia é passar sofisticação e robustez que a marca pede por aqui. O freio de estacionamento eletrônico será mantido, mas o botão vai mudar de lugar por conta da alteração do console central.

Por fora, o Jeep Avenger brasileiro estreará com visual novo, possivelmente exclusivo para o nosso mercado – tal qual acontece com o Renegade. A Stellantis vai trocar toda a dianteira do modelo, alterando o para-choque por completo, grade frontal e farois. Só o capô permanece. Atrás, o novo para-choque será a única mudança. Ele também terá novas rodas.

1.0 turbo é certeza

Na parte mecânica, o Jeep Avenger produzido em Betim, Minas Gerais, será equipado com motor 1.0 T200 três cilindros turbo. Ele já virá eletrificado, com sistema semi-híbrido de apenas 12V. Haverá um motor elétrico substituindo o alternador e o motor de partida, mas não é um tipo de carro que possa ser chamado de híbrido.

As chances de que o Jeep Avenger receba motor 1.3 T270 quatro cilindros turbo são pequenas. A plataforma CMP que ele usa é a mesma do Peugeot 208 e do Citroën C3, não sendo adaptada ainda ao motor maior. Caso o Peugeot 2008 de nova geração ganhe o motor 1.3 turbo, aí é certo que o pequeno Jeep também o receba. Mas por enquanto, não.

Diferentemente do Renegade, contudo, o Jeep Avenger não será oferecido no Brasil com tração 4×4. A Stellantis estuda, por enquanto, oferecer a versão 4xe que estreia na Europa em breve, mas provendo a tração nas quatro rodas somente mediante ao uso de motorização elétrica. Há chance dele ser feito aqui, mas é mais provável a importação.