Com o lançamento da quarta geração do Chevrolet Equinox no Brasil, ficou ainda mais evidente que a General Motors tem um buraco importante a preencher em seu portfólio de SUVs. Não há nenhum modelo para concorrer com Toyota Corolla Cross, Jeep Compass e CAOA Chery Tiggo 7. Mas isso será resolvido.
De acordo com informações apuradas pela jornalista Rafaela Borges, o presidente da Chevrolet no Brasil, Santiago Chamorro, deu a entender que a marca vai fabricar um SUV médio visando preencher o espaço entre Tracker e Equinox. Segundo a reportagem, o presidente prometeu que haverá novidades nesse segmento em breve.
Buraco grande
Hoje, a Chevrolet tem um buraco de R$ 88.110 para preencher entre o Tracker Premier topo de linha (R$ 178.890) e o Equinox. Vale lembrar que o SUV recentemente renovado tem as versões Activ e RS vendidas no Brasil pelos mesmos R$ 267.000. Ou seja, é um salto muito grande entre o cliente do Tracker Premier e o do Equinox.
Marcas como a Jeep e a CAOA Chery fazem uma ponte entre seus SUVs compactos e os modelos médios mais sofisticados. Como exemplo, temos o Renegade terminando em R$ 180.990 e o Commander partindo de R$ 221.990, com o Compass segurando as pontas entre R$ 182.990 e R$ 285.590. Ou seja, eles se entrelaçam.
Já a CAOA Chery trabalha com o Tiggo 5X entre R$ 125.990 e R$ 140.990, bem próximo do Tiggo 7 que tem versões entre R$ 144.990 e R$ 179.990 para terminar no Tiggo 8 de R$ 189.990 a R$ 259.990. Com isso, fica claro que o cliente desses SUVs consegue começar no compacto e ir para o médio quase grande de maneira linear.
O grande problema da Chevrolet hoje sem um modelo entre Tracker e Equinox é que os clientes que tem mais de R$ 200 mil para gastar, mas não chegaram nos R$ 260 mil simplesmente não tem nenhum carro na marca para comprar. O carro mais barato depois do Tracker Premier é a S10 chassi cabine de R$ 228.190.
A solução existe?
Fora do Brasil, a Chevrolet conta com dois SUVs médios que poderiam atuar no segmento entre Tracker e Equinox, mas precisariam de ajustes. O mais interessante é o Trax, que substituiu o Tracker nos EUA, em uma estratégia semelhante à do Honda ZR-V no lugar do HR-V americano.
O modelo tem 4,53 m de comprimento, o que o torna 13 cm mais longo que um Jeep Compass. A plataforma é semelhante à usada em Onix e Tracker, mas mais sofisticada. Contudo, ele traz o mesmo motor 1.2 três cilindros turbo presente aqui no Brasil, além de um 1.5 quatro cilindros turbo.
O único problema é que, como é o modelo de entrada da Chevrolet nos EUA, o acabamento está bem aquém dos SUVs médios que temos. Seria necessário uma reforma interna para ser competitivo no Brasil. Mesmo problema pelo qual o Trailblazer enfrentaria. Ele é um pouco menor que o Trax, com 4,41 m, ficando 1 cm à frente do Compass.
O acabamento dele é melhor, mas ainda não no nível dos SUVs médio. Aqui, contudo, teria de trocar de nome para não ser confundido com o SUV da S10. O seu projeto é mais antigo, tendo sido lançado junto do Tracker na China. Ele conta também com motor 1.2 três cilindros turbo ou 1.3 três cilindros turbo.
Uma terceira solução, mais cara, seria ressuscitar o projeto do SUV da Montana que a Chevrolet abandonou. O modelo teria sete lugares e mais espaço que o Tracker, podendo receber acabamento melhor. Seria uma espécie de sucessor da Spin com pegada de Citroën C3 Aircross, mas mais sofisticado.
Algo totalmente inédito e híbrido também está em pauta. Afinal, a Chevrolet já disse que fabricará um carro híbrido flex no Brasil. O segmento de SUVs médios é, justamente, o que melhor recebeu a tecnologia parcialmente eletrificada. Vale lembrar que a marca ainda terá, em breve, um SUV derivado do Onix nos moldes de Fiat Pulse e Renault Kardian.
Você acha que a Chevrolet está demorando em lançar um SUV médio? Conte nos comentários.
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