Sebastian Vettel causou um verdadeiro furor nesta semana. Primeiro, o alemão criou uma conta oficial no Instagram, gerando milhares de comentários em todas as redes sociais, já que o piloto nunca foi adepto das plataformas. Porém, a criação de seu perfil vai ser sempre lembrado por ter tido o anúncio de sua aposentadoria na F1 como o primeiro vídeo postado.
Sim, a partir de 2023, Vettel não será mais um piloto de Fórmula 1. No vídeo, o tetracampeão faz o anúncio de que deixará a categoria no fim deste ano, encerrando uma das carreiras mais vitoriosas que a F1 já viu. Afinal, são quatro títulos mundiais (2010, 11, 12 e 13), 53 vitórias, 57 poles e 122 pódios, números que o colocam como um dos principais vencedores de todos os tempos.
É verdade que Seb não passa por um bom momento. Há quem diga que o piloto se perdeu após a batida do GP da Alemanha de 2018, quando colidiu sozinho contra o muro enquanto liderava a corrida em seu país, jogando fora a vitória e a liderança no campeonato. Porém, o piloto até conquistou bons resultados depois, vencendo sua última corrida no GP de Cingapura de 2019, ainda pela Ferrari, e subindo ao pódio no GP do Azerbaijão de 2021, já como piloto da Aston Martin.
Sebastian Vettel e a ascensão meteórica
Já que Vettel vai pendurar o capacete, vale relembrar como teve início sua história na categoria. Membro da academia de pilotos da Red Bull, Sebastian era apontado como uma grande promessa desde cedo, quando ainda era um adolescente. E foi com essa cara de menino que ele passou a ser piloto de testes da equipe BMW Sauber na F1, em 2006.
A estreia na categoria aconteceu no ano seguinte. Durante o GP do Canadá de 2007, Robert Kubica, titular da BMW Sauber, sofreu um dos acidentes mais espetaculares da história da F1. O piloto não teve grandes ferimentos, mas foi impedido de correr a etapa seguinte, o GP dos EUA. Vettel foi convocado para a missão, debutando na categoria aos 19 anos e marcando seu primeiro ponto na estreia, ao chegar em oitavo.
O bom resultado fez a Red Bull se mexer para trazer seu pupilo de volta para seu teto. Dessa forma, a partir do GP da Hungria daquele ano, Vettel passou a ser o piloto titular da Toro Rosso, então time B da marca e antecessora da AlphaTauri. Seb ainda conseguiu fazer mais cinco pontos pela equipe, ao chegar em quarto no GP da China, e quase conseguiu um pódio do GP do Japão, mas cometeu um erro e bateu no Red Bull de David Coulthard durante um Safety Car, encerrando a corrida dos dois.
Primeira vitória e os anos de glória
Em 2008, Vettel fez sua primeira temporada completa. E não poderia ser melhor, já que no GP de Monza, debaixo de um verdadeiro temporal, o piloto fez sua primeira pole e venceu com autoridade a corrida, conquistando a primeira vitória da Toro Rosso e de um carro do programa Red Bull. Um feito e tanto, já que a equipe italiana era a antiga Minardi, conhecida por sempre andar na rabeira do grid.
A vitória fez Vettel ter o passaporte carimbado para a Red Bull, onde em 2009 ele conquistou quatro vitórias, incluindo a primeira da história do time austríaco, no GP da China. O resultado fez Seb conseguir ser vice-campeão daquela temporada, mas o melhor ainda estava por vir.
No ano seguinte, a F1 teve uma das temporadas mais acirradas da história. Mesmo sem liderar nenhuma etapa, Vettel chegou ao GP de Abu Dhabi, o último do ano, com chances de título. E a sorte sorriu para o alemão quando Alonso ficou empacado com o seu Ferrari sem conseguir passar a Renault de Petrov. Vettel venceu a prova e se sagrou campeão do mundo pela primeira vez, sendo o piloto mais novo da história a conseguir.
O alemão conquistou o bicampeonato com facilidade em 2011, mas precisou suar muito para vencer em 2012, em um dos campeonatos mais equilibrados da história, superando Alonso novamente. Já em 2013, Vettel até teve um início complicado, mas emplacou a maior sequência de vitórias da história da F1 e conquistou seu quarto e último título.
Ferrari: glórias e lutas
Vettel correu pela última vez na Red Bull em 2014. A partir de 2015, o piloto ousou viver seu sonho de correr na Ferrari, substituindo Alonso a partir daquele ano. Logo na primeira temporada foram três vitórias. Após um 2016 frustrante, Vettel teve em 2017 um carro capaz de brigar pelo título, vencendo cinco provas, mas ficando sem o campeonato.
Em 2018, talvez o alemão teve o melhor carro da Ferrari da última década. Porém, erros da equipe e do piloto fizeram com que o campeonato novamente ficasse com Hamilton e com a Mercedes. Novamente, o tetracampeão venceu cinco corridas, mas não conseguiu parar a recuperação de Lewis.
Já visivelmente frustrado, Vettel fez em 2019 sua última temporada com vitória, no já citado GP de Cingapura. No tumultuado ano de 2020, a Ferrari optou por encerrar o ciclo do piloto por meio de uma ligação, antes mesmo da temporada começar de fato, já que a pandemia atrasou o início. Seb e Ferrari se despediram no GP de Abu Dhabi daquele ano, com o piloto cantando uma música em italiano no apagar das luzes da prova.
Vettel corre pela Aston Martin desde a temporada passada, mas sem conseguir grandes resultados, com um carro que visivelmente não está à altura de um dos maiores campeões da categoria. Preocupado com causas ambientais, direitos do público LGBTQIA+, com as injustiças do mundo e da categoria, Vettel deixará saudades, mas certamente vai aproveitar bem a aposentadoria ao lado da família.
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