Desde que o brasileiro Carlos Ghosn foi preso e, consequentemente, afastado do cargo de CEO da Renault, Nissan e Mitsubishi, a relação entre as marcas da Aliança estremeceu. A Mitsubishi só assiste tudo de camarote quieta em seu canto, enquanto Nissan e Renault se digladiam sobre o futuro do grupo.
Segundo informações da Reuters, Renault e Nissan cancelaram um acordo que haviam feito e vão voltar à mesa de discussões. Esse embate se dá por conta de alguns pontos que a japonesa não concorda sobre ações que a francesa tem tomado. A resistência por parte da Nissan nos acordos é maior do que a da Renault.
O primeiro e maior problema é que a Renault é dona de 43% da Nissan, mas a marca japonesa tem participação bem menor na francesa. Isso faz com que a fabricante do Kwid tenha maior poder de decisão e de controle da Aliança, deixando a marca do Kicks em segundo plano.
Há outra questão também discutida pelos dois lados. A Renault quer um acordo maior com a Geely, dona da Volvo. A ideia é compartilhar tecnologias e patentes com a chinesa a fim de diminuir custos e ampliar a atuação global de ambas. Isso ficou ainda mais claro quando a Samsung Auto, que pertence à Renault, assinou acordo para usar bases da Geely e da Volvo em seus carros.
Só que a Nissan não concorda com isso. Visto que, ao manter o acordo com a Geely faria com que a Renault fornecesse patentes, registros e tecnologias à rival, algo que a japonesa não vê com bons olhos. Um novo acordo entre as duas marcas para manutenção da Aliança será assinado em 7 de dezembro em Londres, garantem fontes da Reuters.
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