Desde 2018 quando o escândalo envolvendo o executivo brasileiro Carlos Ghosn abalou os alicerces da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, diversos rumores sobre o futuro do grupo foram levantados. Apesar de terem cogitado a separação total, o grupo hoje tem planos sólidos para o futuro. Mas houve uma ideia de juntar a Nissan com a Honda.
Rivais de longa data e semelhantes em volume de vendas globais, Nissan e Honda nunca foram imaginadas juntas. Só que o governo japonês imaginou que essa era uma boa ideia para fugir do controle de Renault.
Segundo informações obtidas pelo jornal Financial Times com ex-executivos da Honda e da Nissan, a junção das duas marcas foi planejada pelo governo japonês e levada às montadoras. Porém, um dos executivos afirmou que o negócio “só faz sentido para quem não entende de carro”.
Há uma grande tensão pelo lado japonês do grupo desde que Ghosn perdeu seu posto de líder da Renault, da Nissan e da Mitsubishi. A Nissan hoje é maior que a Renault em lucratividade, valor de empresa e vendas globais, mas a balança pendia para o lado dos franceses quando o grupo foi formado.
Uma disputa interna queria colocar a Nissan em evidência e deixar a Renault para escanteio. Algo evidenciado pela tentativa do governo japonês em fazer a Aliança ser separada, em uma espécie de protecionismo. Hoje, a única marca japonesa que tem parte de seu controle nas mãos de uma marca não nacional é justamente a Nissan (e a Mitsubishi).
Mazda, Subaru, Suzuki e Daihatsu são parcialmente independentes, mas todas elas têm algum tipo de participação da Toyota. Já a Honda é a independente dessa turma e atua em segmentos como de aeronaves, motores para tudo quanto é tipo de veículo e motos (seu negócio mais lucrativo).
Apesar da investida do governo japonês, nem a Nissan, nem a Honda se mostraram interessadas nesse casamento, comentaram executivos ao jornal. O negócio não faria sentido agora dada a tamanha sinergia da Nissan com a Renault.
Além disso, a marca francesa e a japonesa recentemente revelaram planos para aumento de sua parceria, como o compartilhamento de plataformas, motores e fábricas em países onde isso ainda não estava acontecendo, como no Brasil.
Por aqui, Renault e Nissan produzirão SUVs em uma mesma fábrica, enquanto outra planta será destinada a hatches e sedãs. Atualmente todos os modelos da Renault são feitos em São José dos Pinhais, enquanto os Nissan nascem em Rezende. As plataformas serão unificadas, assim como os motores 1.0 aspirado, 1.6 aspirado, 1.0 turbo e 1.3 turbo.
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