Maior mercado automotivo do mundo e principal quando se trata de elétricos, a China tem se tornado também a grande exportadora de veículos movidos a bateria. Tesla Model 3, BMW iX3, Polestar 2 e Dacia Spring (Renault Kwid elétrico) estão aí para provar.
Destinados à Europa e outros países desenvolvidos, esses modelos elétricos são feitos na China e então exportados. Ainda que marcas grandes mantenham produção em seus países sede.
Esse movimento global tem como justificativa o fato de que a produção por lá é mais barata. Além disso, a tecnologia de baterias também tem custo reduzido e maior desenvolvimento na China.
Só que toda essa justificativa financeira não convenceu os franceses. Desde o anúncio do Dacia Spring, primo elétrico do Renault Kwid, os sindicatos franceses vêm protestando. Segundo o Automotive News Europe, a união de trabalhadores contesta o fato de a Renault ter demitido vários funcionários na Europa.
Recentemente a Renault pediu auxílio do governo francês para manter suas operações saudáveis, mas teve de demitir diversos funcionários. Assim, o sindicato se posiciona como “fundamentalmente contra fazer o Dacia Spring (Renault Kwid elétrico) na China”.
Desastre ambiental
Outra justificativa para a campanha contra a versão ecologicamente correta do Renault Kwid, segundo o sindicato ouvido pelo Automotive News Europe, é que importar o Dacia Spring da China usando navios cargueiros é algo desastroso do ponto de vista ambiental.
Ainda que a ideia é ter o Kwid elétrico como um modelo livre de poluentes e ecologicamente correto, aponta o sindicato, não faz sentido poluir tanto o meio ambiente para trazê-lo para a Europa. “É inconcebível e irresponsável fazer ele [Dacia Spring] em outro lugar que não seja na França”.
Apesar dos protestos do sindicato, o Renault Kwid elétrico em forma de Dacia Spring chega à Europa normalmente nos próximos meses. A Dacia precisa de um modelo elétrico em seu portfólio para baixar o nível médio de emissões, que ficam cada vez mais restritas na Europa.
Os custos de produção do Kwid elétrico seriam altos demais para a Renault fazê-lo na França. Prova disso é que o subcompacto, mesmo nas versões a combustão, é produzido em três países especializados em carros de baixo custo: Brasil, Índia e China.
>>Fiat Mobi 2021 ganha toques de SUV e fica mais caro que o Kwid
>>Renault Kwid chega à Europa como elétrico Dacia Spring
>>Renault posterga lançamento do SUV do Kwid, primo do Nissan Magnite