A quarta-feira começou com a notícia mais importante para o Brasil em anos na Fórmula 1. Gabriel Bortoleto foi anunciado oficialmente como piloto da Sauber/Audi a partir de 2025, encerrando um jejum de pilotos brasileiros na categoria desde 2017, quando Felipe Massa se aposentou. Em 2020, Pietro Fittipaldi fez as duas últimas corridas, mas apenas para substituir Romain Grosjean depois de seu acidente gravíssimo no Bahrein.
Agora de maneira oficial, Gabriel Bortoleto será o 33º brasileiro na categoria máxima do automobilismo. Ele se junta a nomes como Ayrton Senna, Nelson Piquet, Emerson Fittipaldi, Rubens Barrichello, Felipe Massa, Roberto Moreno, Maurício Gugelmin, José Carlos Pace, Chico Landi e tantos outros pilotos.
Paulista de 20 anos, Bortoleto é um dos nomes mais promissores dos últimos anos. Há quatro anos, ele estreou na Fórmula 4 Italiana e depois disputou duas temporadas da Fórmula Regional, o que fez com que ele assinasse com a A14, agência de pilotos de Fernando Alonso.
Carreira de Gabriel Bortoleto
Em 2023, Bortoleto chamou a atenção ao se sagrar campeão da Fórmula 3, o que fez ele garantir uma vaga na Fórmula 2 deste ano. Por lá, ele lidera o campeonato a duas corridas do fim da temporada, e fez em Monza a sua melhor atuação, saindo de último para vencer a corrida italiana.
Esse desempenho fez com que o brasileiro entrasse no radar da Fórmula 1. Outro ponto que ajudou foi o fato dele ter entrado para a academia da McLaren, um dos times mais tradicionais do esporte a motor. Inclusive, esse envolvimento com os ingleses chegou a travar as negociações com a Sauber no passado.
Agora, com o contrato anunciado para múltiplos anos, Gabriel não será apenas um piloto da Sauber. Ele passa a fazer parte do projeto da Audi, que assumirá o lugar dos suíços em 2026. No entanto, para que isso acontecer, foi preciso abrir mão do apoio da McLaren. Uma escolha difícil, mas que pode fazer mais sentido do que pareça.
Saída da McLaren
Um dos nomes mais tradicionais da Fórmula 1 e responsável por quatro dos oito títulos brasileiros na categoria (um com Fittipaldi e três com Senna), a McLaren anunciou o fim da parceria com Bortoleto, já que ele será um piloto Audi. Abrir mão de um apoio da melhor equipe da atualidade para assinar com a pior pode parecer loucura, mas faz sentido.
Por mais que a McLaren costume dar chance a novos pilotos, como fez com Mika Häkkinen, Kimi Räikkönen, Lewis Hamilton, Lando Norris e Oscar Piastri, os dois assentos da equipe devem ficar ocupados por muitos anos. Afinal, Lando e Oscar são novos e têm contratos de múltiplos anos. Dessa forma, havia o risco de Bortoleto ganhar a F2 deste ano e ficar esquecido na reserva, como aconteceu com Felipe Drugovich na Aston Martin.
Sendo assim, Gabriel não quis correr o mesmo risco. Piloto precisa pilotar e mesmo a Sauber sendo a pior equipe de 2024, com zero pontos, o time está em reestruturação e vai contar com o nome Audi daqui há pouco mais de um ano. Era uma boa oportunidade, sem dúvidas, e nada melhor do que mostrar resultados na pista.
Gabriel Bortoleto não é o Senna
Porém, não se iluda. Bortoleto não chegará na Fórmula 1 para ser o novo Senna. Ayrton, infelizmente, morreu há 30 anos e pode ser que ninguém nunca chegue perto do que ele foi. Inclusive, o próprio Senna foi uma promessa quando estreou em 1984, a bordo da modesta Toleman. Mas mesmo em um time pequeno, chamou a atenção da Lotus e o resto é história.
A principal missão de Gabriel será superar seu companheiro de equipe, que vai ser o alemão Nico Hulkenberg em 2025. Depois, sonhar em chegar no Q3 nas classificações e conquistar pontos. Se conseguir um bom desempenho, pode chamar a atenção de outros times, ou então dar a sorte da Audi revolucionar a Sauber e transformá-la em uma equipe de ponta.
De qualquer forma, a confirmação de Bortoleto é uma ótima notícia. Triste que Drugovich parece ter perdido o bonde, mas ele ainda sonha em ter seu lugar ao sol. Porém, ao menos um brasileiro da nova geração chegou lá. Agora, cabe aos torcedores brasileiros terem paciência e fazerem uma grande festa em Interlagos no próximo ano, assim como os argentinos fizeram com Franco Colapinto.
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