Um dos compactos mais amados pelos brasileiros, mas que não está mais entre nós, o Honda Fit deu origem a mais derivados do que City, WR-V e HR-V. Além do Aria, sedan baseado na primeira geração do Fit, o compacto também teve três peruas diferentes ao longo de três gerações. E uma delas é bem esquisita.
A história do Honda Fit com as peruas começou em 2005 com o lançamento da Airwave. A perua, exclusiva do Japão, aproveitava da base, interior, para-brisa e portas dianteiras do hatch compacto. O restante da carroceria era totalmente diferente, além de ser espichada em 50 cm no comprimento, mas só 5 no entre-eixos.
A Honda Airwave tinha dianteira mais careta que a do Fit e bem mais harmoniosa que a do Aria. Na coluna C, um pequeno ressalto ajudava a diferenciá-la do hatch. Já a traseira, era reta, com tampa do porta-malas enorme e que, como todo Honda Fit, extremamente suscetível a amassados em caso de batidas no trânsito.
Para aumentar a família, a Honda lançou em 2006 a Partner. E não, esse modelo não é da Peugeot, nem mesmo uma Fiat Fiorino com outro logo. Trata-se da Honda Partner, a versão furgão simplificada da Airwave. Ela contava com para-choques pretos, lanterna traseira simplificada e tampa do porta-malas diferente.
O interior perdia o banco traseiro e os revestimentos internos em favor de um grande baú. Tanto a Partner, quanto a Airwave traziam apenas motor 1.5 quatro cilindros aspirado ligado a uma transmissão CVT como opção mecânica. A produção das duas foi encerrada em 2010, para a chegada de uma nova geração.
Agora é um Fit
Substituindo a Airwave, a Honda revelou no Japão a nova Fit Shuttle. Diferentemente do modelo anterior, essa perua não negava que era derivada do Fit. Tanto que, pela primeira vez, usava o nome do hatch compacto. A dianteira não era mais exclusiva, tendo apenas um para-choque diferenciado mais elegante.
Ela era 51 cm mais longa que o hatch e tinha entre-eixos 3 cm mais longo. O visual era uma evolução da Airwave, trazendo vidros traseiros conectados, coluna C na cor da carroceria e tampa traseira que ia até a base do para-choque e que vivia amassada. A grande diferença, dessa vez, estava nas opções de motores.
A Fit Shuttle trazia motor 1.5 quatro cilindros aspirado com transmissão CVT ou automática de cinco marchas, caso fosse a versão com tração nas quatro rodas. Havia também uma variante híbrida com motor 1.3 quatro cilindros com tração dianteira e câmbio CVT. A produção foi encerrada em 2015.
Não é mais um Fit
Em substituição, a Honda cortou o nome Fit da perua, passando a ser vendida somente como Honda Shuttle. O modelo ganhou dianteira exclusiva, seguindo o que era feito com a Airwave. Baseada no último Fit vendido no Brasil, ela era 45 cm mais longa que o hatch. Mas, dessa vez, o entre-eixos permanecia intacto com 2,53 m.
A dianteira era mais elegante, lembrando bastante a do City após a reestilização. A coluna C em destaque sumiu, fazendo com que os vidros laterais se tornassem uma coisa só, visualmente falando. A traseira mantinha a tradição de tampa do porta-malas rente ao para-choque e com abertura bem baixa. Mas as rodas pequenas destoavam do visual.
Assim como a Fit Shuttle, a emancipada Honda Shuttle trazia duas opções de motor. As versões de entrada tinham o mesmo 1.5 quatro cilindros aspirado que Fit e City usavam no Brasil junto de um câmbio CVT. Já a versão híbrida juntava esse 1.5 a um câmbio automatizado de dupla embreagem com sete marchas para fazer 34 km/l.
A produção foi encerrada em agosto de 2022 e, desde então, a Honda desistiu de fazer versões perua do Fit. Airwave, Partner, Fit Shuttle e Shuttle foram vendidas só no Japão e nunca oferecidas no Brasil.
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