Com a saída repentina de Carlos Tavares, CEO da Stellantis, no início deste mês, as autoridades italianas estão buscando reorganizar o relacionamento com a gigante automotiva, dona de marcas como Fiat, Peugeot, Citroën, Abarth, DS, entre outras, para assegurar uma presença contínua e robusta na Itália.
A Stellantis é o único fabricante de automóveis da Itália, e desde o ano passado, o relacionamento entre o conglomerado e as autoridades italianas está abalado devido a inúmeros desentendimentos. Com as tensões em alta, a Stellantis até tentou atrair algumas marcas chinesas para instalar fábricas na Itália.
Em julho deste ano, foi relatado que o governo italiano poderia reviver duas marcas da Stellantis, a Autobianchi e a Innocenti, graças a uma lei que permite o uso de marcas não utilizadas nos últimos cinco anos. Esse movimento faz parte dos esforços para revitalizar a indústria automotiva local.
Além disso, a Itália emitiu um alerta severo à Stellantis, exigindo um compromisso com a produção de baterias, sob pena de perder 37 milhões de euros (aproximadamente R$195 milhões, no câmbio atual) em fundos públicos de recuperação pós-pandemia de Covid-19.
Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, comentou que, se houver a vontade de manter fábricas e empregos, haverá cooperação de ambas as partes. Embora Carlos Tavares tenha se comprometido a aumentar a produção local para um milhão de unidades – um crescimento significativo em relação aos 750.000 veículos construídos no ano passado – Adolfo Urso, ministro da Indústria da Itália, afirmou que Tavares não compreendia a realidade local e que a Stellantis precisa assumir um compromisso robusto com a nação para proteger os interesses locais.
Segundo Adolfo Urso, a Stellantis deverá garantir “recursos financeiros significativos e apresentar um plano atrativo para a Itália dentro do plano industrial da Stellantis que assegure a proteção das fábricas nacionais”, conforme declarou à Reuters.
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