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Pé na estrada: Peugeot 3008

Pegamos estrada rumo ao interior de São Paulo com o SUV que não parece SUV

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)
Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

Embora nunca tenha tido um ‘pra chamar de meu’, posso dizer que tenho uma relação especial com os carros da Peugeot. Eu diria que é uma ‘memória afetiva’, porque por volta dos meus 18 anos, tirando habilitação, eu era um apaixonado pelo design do 206. Para mim, era o carro que se destacava na multidão – e o sucesso dele mostra que eu não estava sozinho neste desejo.

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

Mas o único Peugeot 206 que vi na minha garagem foi o da minha irmã. Primeiro, porque ele não cabia no meu orçamento de jovem estudante; depois, porque perdi o timing mesmo. Carpe diem, garotos. Não deixem para amanhã o carro que vocês querem ter hoje. Bom, seguindo: é desde aqueles tempos que espero ser fisgado de novo por algum modelo da marca.

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

A chance veio no início de novembro, quando alinhei com meu editor Benê Gomes a escalação do novo Peugeot 3008 para esta coluna, que tem por objetivo provar em viagens os carros já estabelecidos no mercado. Com ele, eu faria um ‘bate e volta’ ao interior de São Paulo, rodando por um total de 500 km.

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

First things first: se o que me ganhou no 206 foi o design, tenho de ser honesto ao dizer que, embora seja mesmo bem atraente (percebi pelos olhares na rua), o desenho do 3008 não faz(ia) meu coração bater tão forte assim. É que sou viúvo assumido dos hatches e, pra gostar de um SUV, preciso necessariamente esquecer que ele é um SUV.

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

Isso é possível? Cara, por incrível que pareça, sim. Quando assumi o carro pela primeira vez, ali na Avenida das Nações Unidas, já abri um sorriso enorme, porque o volante pequeno dá a sensação de que você tem nas mãos um verdadeiro manche (e não um volante de caminhão, diferente de c-e-r-t-a-s-S-U-V-s).

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

Essa percepção de ‘nave’ é ampliada por toda a cabine. O painel digital personalizável permite que você escolha o que quer ver ali: o velocímetro digital, os marcadores tradicionais incluindo RPM, as informações de navegação etc. O acabamento interno é um dos melhores da categoria, simulando fibra de carbono.

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

Para comandar esse carro, você se acomoda em bancos de couro com estilo bastante esportivo. Na versão top, a Griffe Pack, ele vem até com massageadores – eu não testei porque estava com a versão Allure com teto solar, um degrau abaixo da Griffe Pack. A Allure também não vem com faróis Full LED nem rebatedores elétricos de retrovisores.

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

Dos faróis e dos massageadores nem senti falta, mas talvez você queira prestar atenção na utilidade dos rebatedores elétricos. Eu particularmente acho um saco o rebatimento manual e certamente investiria mais por este conforto. Mas enfim, voltando à sensação da cabine, ela se completa com mídia central touch screen que vem com Apple Car Play e Android Auto.

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

Ok, parado parece ótimo, não é? Mas e andando? Bom, aí vem a parte realmente divertida. Equipado com motor 1.6 turbo de 165 CV e câmbio automático de 6 marchas (com possibilidade de trocas manuais via paddle-shift), o Peugeot 3008 é um parceiro de estrada, não só pelo conforto, mas pelo desempenho.

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

As retomadas para ultrapassagens eram bem sensíveis, especialmente no modo sport (claro!), o que garante muito mais segurança nas manobras. A velocidade máxima é de 206 km/h, o que serve para dar uma ideia da força do carro. Terminei o bate e volta feliz pelo rendimento na estrada, mas já com uma certa sensação de tristeza por ter de devolver o carro dois dias depois.

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

Fazendo aqui uma confissão: já há quatro anos eu e minha esposa dividimos o mesmo carro. Como faço home office, rodo muito pouco, não há necessidade de um veículo só para mim. Isso nunca me incomodou. Nunca mesmo! Mas a companhia do Peugeot 3008 me fez parar para pensar pela primeira vez se não é hora de mudar essa história.

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

Nem a vaga do prédio, que é mal iluminada, apertadíssima e fica entre uma coluna e dois exemplares de c-e-r-t-a-s-S-U-V-s, me incomodou no período. Fiquei impressionado com os sensores e as câmeras de estacionamento, que faziam um mapeamento completo, inclusive de cima, me permitindo parar sem ter medo de ralar metade da SUV do vizinho.

Peugeot 3008 Allure (divulgação)

Outra coisa que sempre me enche a paciência – procurar a trava da porta para crianças – é facilitada no Peugeot 3008. Um simples clique em um botão na lateral esquerda inferior do volante e pronto: crianças seguras. O painel indica se ao clicar você ativou ou desativou a trava, o que ajuda pais com TOC, que precisam se certificar de terem feito a coisa certa a cada 5 minutos.

Peugeot 3008 Allure (divulgação)

Para desligar o carro, só apertar o start stop (como vivemos tantos anos sem isso?) e clicar no botão do freio de estacionamento elétrico. Assim terminará sua jornada com o Peugeot 3008.

Peugeot 3008 Allure (divulgação)

A minha, terminou logo depois de passar por um lava-rápido de um posto de gasolina da Avenida Jorge João Saad. No setor de acabamento, enquanto eu assistia a tudo naqueles banquinhos de praça, dois lavadores entraram no carro pelo banco da frente, para limpar o para-brisa. Esses homens estão habituados a ver de tudo ali no Morumbi, inclusive superesportivos.

Peugeot 3008 (Foto: Tiago Mendonça)

Mesmo assim, na posição de motorista e passageiro, pararam por um instante, passando as mãos sobre o volante e o painel. ‘Olha o volante, mano! Se liga… Pequenininho… Muito daora. Cê é loko!’. Concordo! É mesmo de cair o queixo.

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