Não é segredo para ninguém nesse mundo as negociações entre a Nissan e Honda, que chegaram até a anunciar o noivado, mas desistiram em seguida. Acontece que o que parecia o fim foi só um “vamos com mais calma”, e as duas marcas continuam flertando enquanto nós estamos aqui esperando saber se vamos comer um bolo de festa ainda esse ano. Acontece que o que não sabíamos é que a Nissan não estava tão desesperada para se casar.
Algumas semanas atrás já havíamos noticiado que a Nissan e a Honda ainda estavam em negociações, mas que para a relação delas seguir em frente poderia custar algumas cabeças. E foi exatamente o que aconteceu, o então CEO Makoto Uchida se despediu da companhia e foi substituído pelo atual CEO Ivan Espinosa.
Durante uma mesa redonda no Japão, alguns executivos da Nissan revelaram algumas informações importantes aos repórteres presentes na ocasião. O diretor de desempenho, Guillaume Cartier confirmou que a marca continua aberta a negociações e que nunca encerrou suas conversas com a Honda.
O que mudou é que agora as marcas pensam em trabalhar juntas de uma forma mais colaborativa e em modelos individuais. O diretor de planejamento da Nissan para a América do Norte, Ponz Pandikuthira até revelou que as marcas poderiam trabalhar juntas em SUVs grandes:
“O Pilot da Honda é equivalente em tamanho ao [Nissan] Pathfinder, enquanto o [Honda] Passport é quase do mesmo tamanho que o [Nissan] Murano. Como todos os quatro produtos são comprados predominantemente na América, colaborar para aumentar volumes e reduzir custos pode fazer sentido”, explicou um executivo.
Nissan ainda precisa da Honda, mas não está tão mal como pareceu
As últimas notícias sobre o futuro da Nissan pareciam que a empresa não tinha muita escapatória e que precisava ser comprada desesperadamente. O novo CEO da Nissa foi categórico ao revelar o verdadeiro status da empresa e também o seu real problema: “Não temos um problema de caixa”, afirmou Espinosa.
Ele ainda revelou que a empresa tem cerca de 1 trilhão de ienes, o que equivale a US$ 6,7 bilhões na conversão direta. Então, qual o problema da Nissan? Ele contou que a crise é resultado da “geração de fluxo de caixa”, ou seja, ela gasta mais do que ganha.
Espinosa completou a explicação dizendo que compartilhar custos com a Mitsubishi e Renault tem ajudado, mas que ainda não é o suficiente e que uma colaboração com a Honda seria significativa. Mas que se ainda assim as próximas ofensivas de produtos não resolverem o problema a Nissan precisará de uma fusão ou até ser comprada:
“Eu diria que para parcerias em geral, estamos muito abertos”, o CEO ainda completou “O futuro da indústria será muito interessante, e está claro que o nome do jogo no futuro é como construir parcerias eficientes que agreguem valor à sua empresa. Pode ser de muitas formas e tamanhos”, concluiu.
Como você acha que o desfecho entre a Nissan e a Honda? Conte para nós nos comentários.
