Com investimento fortíssimo de R$ 2,8 bilhões no Brasil até 2025, a Nissan prepara uma verdadeira virada de chave no nosso mercado. A marca renovou Versa e Sentra, enquanto prepara o terreno em Resende, RJ, para começar a produzir a segunda geração do Kicks junto de um inédito motor 1.0 turbo.

“Vamos elevar Resende a um novo patamar. Toda a preparação já começou”, afirmou o presidente da marca, Gonzalo Ibarzábal, em entrevista à Auto Data. “Temos capacidade suficiente para atender ao nosso mercado e também os de outros países. O Brasil possui grande potencial para exportar SUVs.”

A preparação que o executivo diz tem relação direta com as quatro semanas que a fábrica ficou parada recentemente. A produção do Kicks foi interrompida para adequar a linha de montagem ao novo SUV e também ao novo motor 1.0 três cilindros turbo – que pode ser, ou não, o mesmo do Renault Kardian.

Foram levados trabalhadores para o Japão para treinamento, enquanto a marca reviu algumas de suas relações com fornecedores. “Faz diferença ter uma cadeia localizada, pois é possível oferecer um produto muito mais forte olhando no longo prazo”, afirma Gonzalo. Com a nova fase da fábrica, a Nissan vai exportar Kicks para mais países.

Com isso, a Nissan pretende crescer 15% nas vendas e fechar o ano com 3,9% de participação no mercado. Ainda não será suficiente para tirar a Renault da sétima posição, mas abrirá vantagem para a Honda, que encostou no ano passado. Vale lembrar que a Nissan fechou 2023 com 3,33% do mercado contra 3,31% da Honda e 5,79% da Renault.

Novo e velho Kicks

Estão confirmados dois modelos na fábrica, sendo o primeiro o Kicks de nova geração e o segundo o atual Kicks reestilizado. Rumores apontam para a possibilidade de que o SUV compacto antigo receba o sobrenome K-Drive ou V-Drive. Futuramente, a marca deve investir em eletrificação, mas agora não é o momento.

Segundo Gonzalo Ibarzábal, “estamos discutindo as possibilidades para ver quando podemos começar a falar de híbrido, eventualmente, no Brasil. Preferimos esperar para ter o produto e a tecnologia certos. Com a rede preparada. E isso inclui o elétrico”. Ou seja, se tinha esperança de um Kicks e-Power agora, esqueça.