Foi-se o tempo em que, quando se pensava em caminhão, vinham à cabeça aqueles modelos velhos e sem qualquer vestígio de tecnologia. Claro que, na frota circulante do Brasil, ainda há bastante exemplar exatamente com essas especificações precárias, porém, tem muita coisa boa do mundo dos pesados rodando por aí. E prestes a rodar, também…
Hoje, ser caminhoneiro não exige só entender de mecânica para casos de pane. É necessário ter o mínimo de compreensão do vasto mundo da informática a fim de saber lidar com tanta tecnologia embarcada, afinal, os pesados de hoje mais parecem automóveis premium.
Tem até caminhão com câmera no lugar do retrovisor (como no Audi e-tron, de quase meio milhão de reais)! E a modernidade não para por aí. Já tem até modelo elétrico rodando na praça. É isso aí, o e-Delivery, da Volkswagen, está em fase de testes de homologação pelas ruas de São Paulo e prestes a dar início à sua produção, estimada para o comecinho do ano que vem.
Mas essa cartada da VW não fica só no modo de propulsão 100% elétrico – com motor de até 353 cv e autonomia total de 200 km. O e-Delivery (que usa baterias com recarregamento de 30% em apenas 15 minutos ou recarga total, em três horas) é totalmente feito no Brasil. Na configuração 6×2, tem PBT (Peso Bruto Total) de 14 toneladas.
Outras tecnologias
Por trás de todo motor elétrico tem que ter, claro, tecnologia. E isso, os caminhões atuais têm de sobra. Ou está pensando que o freio com sistema dinâmico de regeneração é exclusividade do caminhãozinho da VW? Nada disso, a solução capaz de recuperar a energia durante as frenagens para recarregar as baterias é, por exemplo, encontrada também em outros modelos, como as vans da Iveco, Daily, vendidas na Europa.
Além de zerar emissões de poluentes por meio do desenvolvimento de motores elétricos em veículos pesados – o que começou com a Renault lá em 2009 -, outro foco das montadoras está na comodidade do motorista. A Mercedes-Benz, por exemplo, usou a Fenatran (Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Carga) como palco para apresentar o novo Actros, que tem até assistente de fadiga e carregador de smartphone por indução – sem necessidade de cabos.
A montadora da estrela de três pontas, aliás, nesta semana, lançou uma plataforma que auxilia empreendedores que fazem uso de vans em seus negócios. Basicamente, é um blog que disponibiliza artigos e dicas, além de entretenimento, manutenção de veículos e saúde – este último item, impulsionado pelo atual cenário de pandemia imposta pela Covid-19. Para conferir, acesse: https://negocioscomsuavan.com.br/
Menos custo
Essas e outras tecnologias, basicamente, servem para tentar diminuir os custos com operação. Um caminhão elétrico, por exemplo, pode custar até três vezes mais que um modelo similar movido a diesel, porém, esse gasto pode ser neutralizado em sete anos, afinal, a ausência de óleos, filtros, combustível e afins deixa o custo cerca de 65% menor.
De olho nisso, a FPT apresentou no ano passado, na Fenatran, o motor Cursor 13, 100% movido a gás natural comprimido, gás natural liquefeito e biometano. “Especialmente desenvolvido para aplicações de longa distância, o propulsor garante alta confiabilidade e menores custos de operação”, salientou Marco Rangel, presidente da FPT Industrial para a América Latina, à época.
E quando você imaginou um caminhão sem cabine? Pois é, a Scania, sim! Tanto que o apresentou também na Fenatran. Batizado como AXL e voltado ao setor de mineração, o modelo é autônomo e – sem cabine – atua por meio de acompanhamento remoto. Não entendeu o funcionamento? Então, confira o vídeo abaixo:
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