Fazendo barulho desde sua chegada ao Brasil com anúncio de uma linha completa de carros em destaque no Festival Interlagos, a Neta teve de mudar seus planos por aqui. Grandes grupos de concessionários desistiram da marca chinesa por conta de atrasos no lançamento oficial, algo que não foi culpa dela.
Procurada pelo Auto+, a Neta explicou a situação antes de emitir um comunicado oficial que será enviado à imprensa somente amanhã, 22 de outubro. Segundo a marca, problemas enfrentados na homologação de vários modelos e questões burocráticas postergaram o início das vendas.
Isso fez com que muitos grupos de concessionários desistissem da Neta no Brasil. A frustração destes revendedores levou ao fechamento de relações com a fabricante chinesa e até algumas lojas, que estavam prontas, serão reaproveitadas por outras marcas.
A Neta, por outro lado, garante que terá 30 revendas nomeadas ainda neste ano e chegará a 70 em 2025. Contudo, o clima entre os revendedores não é dos melhores, tendo impactado, inclusive, em potenciais futuros parceiros. Visto que são um grupo de empresários bem unidos, a Neta terá de se provar para reconquistá-los.
Os impeditivos
Para iniciar suas operações no Brasil, a Neta precisa ainda resolver questões burocráticas de homologação. A marca já tem 338 carros importados no Brasil esperando no porto, com unidades divididas entre Aya e X. Até o final do ano, será o importados mil carros.
Além disso, a Neta tem construído um robusto estoque de peças de reposição. Segundo a marca, existem 30 mil componentes em processo de desembaraço nos portos para formar a rede de peças no país. Contudo, eles garantem que só iniciarão as operações no Brasil com estoque de 75 mil componentes.
Todavia, caso haja algum tipo de peça não disponível em estoque ou com alta demanda, componentes serão removidos de carros no pátio. A Neta diz que essa prática é bem comum na indústria, enquanto os revendedores alegam que essa prática não é tão usual assim.
Outro ponto de divergência entre as duas partes, que fez muitos concessionários desistirem, tem relação direta com uma possível desistência da Neta. Em contrato de concessão, caso a fabricante saia do Brasil, os revendedores terão de assumir a responsabilidade pelos reparos futuros. E isso foi o que mais pesou na relação.
Novo começo
Para não atropelar as coisas, a Neta estabeleceu um novo começo no Brasil. Inicialmente, a fabricante teria suas vendas iniciadas em setembro, mas mudou tudo por conta dos problemas logísticos. A pré-venda do X e do Aya começa em novembro. Segundo o comunicado, em lojas de shopping.
Depois, a partir de primeiro de dezembro, as concessionárias serão abertas e as vendas de fato terão início. Contudo, essa data ainda poderá ser alterada caso as documentações necessárias e a burocracia governamental não seja resolvida por fim. Com isso, há chance de que a Neta só comece a, de fato, operar em 2025.
Em comunicado oficial antecipadamente enviado ao Auto+, a Neta “anuncia uma nova data de início de suas operações no mercado nacional. Para finalizar todos os trâmites legais e burocráticos necessários, a empresa iniciará a pré-venda dos modelos AYA e X a partir de 1º de novembro, por meio de lojas em shopping”.
“O faturamento para o cliente final começa a partir de 1º de dezembro. A empresa também está complementando o estoque de componentes no centro de distribuição de peças, localizado em São Bernardo do Campo (SP)”. Vale lembrar que a marca contará com dois carros no Brasil nesse primeiro momento.
Ela terá o hatch de entrada Aya com preços partindo de R$ 124.900 e o SUV X de R$ 194.900 iniciais.Os modelos L e GT serão lançados somente em 2025. Vale lembrar que todos os carros da fabricante chinesa são elétricos.
Acha que a Neta fará sucesso no Brasil? Conte nos comentários.