A General Motors abandonou corrida por carros autônomos. O grupo informou que não investirá mais na Cruise, sua empresa de táxis autônomos. O anúncio foi feito terça-feira (11). A decisão foi motivada após o Departamento de Justiça norte-americano afirmar que a empresa falhou ao explicar a causa do acidente em que um pedestre saiu ferido por um carro da Cruise em 2023. Com isso, a GM deixa um investimento de R$ 60 bilhões para trás.
Antes mesmo do acidente os carros da Cruise já não eram bem vistos pelos moradores da Califórnia. Os robotáxis do grupo causaram vários tipos de problemas. Como congestionamentos caóticos causados por falhas nos softwares até os carros autônomos da Cruise sendo usados como motéis ambulantes.
Por fim, algumas pessoas descobriram que colocar um cone sobre o capô do robotáxi fazia com que ele realizasse uma parada de emergência. Com isso a população começou a usar essa estratégia como forma de protesto contra a permanência dos carros autônomos da empresa na cidade.
Tais episódios somados ao pedestre que foi arrastado por seis metros por um dos seus carros autônomos em 2023, fizeram o grupo entender que não faz mais sentido investir tempo e recursos para escalar o negócio.
Mary Barra, CEO da GM, cita também outros fatores que a fizeram desistir dos carros autônomos. Por exemplo as gigantes que entraram nesse mercado. Como a Waymo da Google, a chinesa Baidu e a Tesla com apostas agressivas de Elon Musk e ainda mais agora com o interesse do presidente do EUA, Donald Trump.
O que será da Cruise
A Cruise não terá mais carros autônomos circulando por zonas urbanas. A General Motors disse que sua em sua nova estratégia usará os desenvolvimentos em direção autônoma para otimizar os sistemas de assistência avançada em carros pessoais das marcas do grupo. Alguns modelos da GM nos EUA, inclusive já contam com o sistema Supercruise. Ele permite a condução sem as mãos no volante. Mas exige testes de atenção do motorista.
Desistir dos carros autônomos não é o único leão que a GM precisa matar
Abandonar a Cruise não é o único problema que a GM enfrenta no momento. Vale lembrar que recentemente a fabricante também mudou sua estratégia de eletrificação e é mais uma das marcas que desacelera na corrida dos carros elétricos.
Mas o que realmente tem tirado o sono dos chefões do grupo é a crise na China. A joint venture entre a GM e a SAIC gerou um prejuízo de US$ 350 milhões entre janeiro e setembro deste ano. Estamos falando de uma queda nas vendas de 60% em menos de um ano. Algo realmente assustador.
Para tentar contornar a crise, a operação da GM no país asiático passa por uma reestruturação que envolve um investimento de US$ 5 bilhões para diminuir a participação da SAIC. Além de corte de quadro de funcionários e fechamento de fábricas. Sem dúvidas o peso sobre os ombros de Mary Barra não é leve.
O que você achou da GM decretar o fim dos carros autônomos da Cruise? Conte para nós nos comentários.