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Os três grandes fabricantes de Detroit estão adiando o lançamento de seus próximos modelos e realocando investimentos entre veículos elétricos, híbridos e aqueles equipados com motores a combustão interna. Essas mudanças ocorrem, em grande parte, devido ao crescimento mais lento do que o esperado do mercado de carros elétricos e às incertezas em relação ao governo Trump.
Uma das vítimas dessa reestruturação é a próxima geração da Ford F-150, que estava inicialmente programada para ser lançada em 2027, mas agora foi adiada para abril de 2028. A caminhonete full-size é apenas um dos modelos da marca do oval azul que enfrentam atrasos.
A Stellantis também anunciou a suspensão temporária das operações na fábrica de Brampton, no Canadá, enquanto reavalia a próxima geração do Jeep Compass, que originalmente estava prevista para ser produzida na unidade a partir do próximo ano.
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De acordo com Sam Fiorani, da Auto Forecast Solutions, a Ford, a GM e a Stellantis estão adiando um número significativo de veículos, embora sem especificar quais modelos. Ele acrescentou que os investimentos estão sendo redirecionados de projetos de veículos elétricos para modelos com motores a combustão interna.
“Não importa quem esteja na Casa Branca, o governo atual vai modificar os regulamentos de emissões, facilitando a venda de veículos com motor a combustão interna. Veremos mais híbridos sendo introduzidos e até alguns modelos trazendo de volta os motores V8“, comentou Fiorani.
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A General Motors ainda não se pronunciou oficialmente, mas, até o momento, as incertezas políticas não a forçaram a alterar seus planos.
Os fabricantes e Donald Trump
Logo após assumir o cargo, Donald Trump assinou uma ordem executiva para anular a iniciativa do governo Biden, que buscava tornar elétricos 50% dos veículos novos vendidos nos EUA até 2030.
Ele tem criticado essa meta, chamando-a de “mandato de VE” e avaliando a possibilidade de eliminar subsídios que, segundo ele, beneficiam excessivamente os elétricos em detrimento de outras tecnologias, incluindo o crédito fiscal federal de US$ 7.500.
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Além disso, o secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, orientou a Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário a revisar e, possivelmente, modificar os padrões de economia de combustível, para que estejam alinhados com a política energética do governo, que favorece a indústria do petróleo, conforme reportado pela Associated Press.
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