O nome Chevrolet Cobalt remete aos brasileiros a aquele sedã compacto pacato de visual polêmico e motorização nada animadora produzido entre 2011 e 2019 por aqui. Mas o batismo já serviu também a um outro modelo completamente diferente: um cupê esportivo que já teve a honra de estampar o nome SS em sua traseira, como no Camaro.
O Cobalt brasileiro, na verdade, se trata da segunda geração do modelo, que o do original, só aproveitou o nome. Coincidentemente, nenhum mercado em que o Cobalt original foi vendido, recebeu a segunda geração projetada no Brasil (e vice-versa). Atualmente a segunda geração do Cobalt ainda é produzida no Uzbequistão.
Mas vamos voltar alguns anos no tempo e lembrar do primeiro Cobalt. Lançado em 2004 nos Estados Unidos para substituir o criticado Chevrolet Cavalier, o modelo se posicionava no segmento de sedãs médios como concorrente de Dodge Neon, Honda Civic, Nissan Sentra e Toyota Corolla.
O Chevrolet Cobalt norte-americano era como o Chevrolet Vectra para nós brasileiros, não somente em posicionamento de mercado, mas porque os dois foram coincidentemente substituídos pelo Cruze. Cobalt americano e Vectra brasileiro eram construídos sobre a plataforma Delta da GM.
A base serviu também para o Opel Astra europeu (idêntico ao Vectra brasileiro), Chevrolet HHR, Pontiac G4 e G5, além do Saturn ION. O Cobalt americano foi produzido entre 2004 e 2010, mas seu grande auge atende pelo nome de Cobalt SS.
A sigla esportiva da Chevrolet é sempre usada nos modelos mais esportivos da marca, como o Camaro. Houve uma época em que a GM brasileira corrompeu a sigla em versões pseudo-esportivas de Corsa, Meriva e Astra, mas o Cobalt SS realmente honrava a sigla.
SS Supercharged
Ele passou por três fases diferentes ao longo da sua vida. A versão SS foi lançada somente para o cupê no final de 2004, sendo equipada com motor 2.0 quatro cilindros com supercharger que entregava 208 cv e 27,7 kgfm de torque. A única opção de transmissão era a manual de cinco marchas.
A Chevrolet ainda oferecia nas concessionárias kits de preparação homologados chamados de stages. No stage 1 o Cobalt SS ganhava melhorias da ECU e 30 cv a mais, totalizando 238 cv. Com o stage 2 eram adicionados novos bicos injetores e a mesma reprogramação da central eletrônica, o que fazia a potência subir em 36 cv e o torque aumentar e 2,5 kgfm.
Em ambas as modificações, a linha vermelha do motor era empurrada para 7 mil giros. Já no stage 3 final, a Chevrolet desabilitava o ar-condicionado, fazia melhorias no supercharger, instalava nitro e o Cobalt SS passava a consumir somente gasolina de 100 octanas. A potência subira para 260 cv no total.
Ele trazia ainda como opcional um pacote com diferencial de deslizamento limitado e bancos Recaro com peso mais baixo. O kit era opcional até 2007, quando passou a constar na lista de itens de série do Cobalt SS, que já possuía outro motor nessa época.
SS aspirado
Em 2005 a Chevrolet também oferecia o Cobalt SS com motor aspirado. Essa versão trazia um 2.4 quatro cilindros de 171 cv e 23,1 kgfm de torque. Havia opção de câmbio manual de cinco marchas como no SS Supercharged, ou automático de apenas quatro marchas. Além disso, o o sedã também era oferecido na configuração SS.
Ele continuou a ser vendido ao longo de toda a vida do Cobalt, mas em 2006 foi rebatizado como 1SS para não ser confundido com o SS de verdade. Em 2008, nova mudança de nome, onde ele passou a ser chamado de Cobalt Sport.
SS turbo
Em virtude das leis de poluição cada vez mais exigentes nos Estados Unidos, a Chevrolet tirou o Cobalt SS de linha em 2007. Mas, apenas seis meses depois ele voltou com um novo motor. Agora o cupê esportivo trazia motor 2.0 quatro cilindros turbo de 260 cv e 26,5 kgfm de torque – números antes obtidos apenas pelo Cobalt SS Supercharged com kit Stage 3.
Ele ganhou reforços na transmissão, melhorias na suspensão e um novo opcional que colocava o manômetro do turbo na coluna A, como em modelos tunados do começo dos anos 2000. Havia também controle de largada, mesmo o Cobalt SS sempre tendo sido um carro equipado somente com câmbio manual.
A Chevrolet também oferecia kits de preparação para o Cobalt SS turbo, porém era apenas o Stage 1. Nessa configuração feita na própria concessionária GM, o cupê atingia 290 cv e 47 kgfm de torque.
Pela primeira vez na história havia também um Cobalt SS sedã, mas o modelo foi um verdadeiro fracasso. Foram feitas apenas 500 unidades do sedã em 2009, tornando essa a versão mais rara do Chevrolet Cobalt norte-americano.
Tipo Corvette
Inspirado no Corvette, o visual do Chevrolet Cobalt cupê era caracterizado pelas lanternas traseiras duplas. Nas versões SS havia sempre um grande aerofólio traseiro, tanto no raríssimo sedã, quanto no cupê. A versão esportiva ainda ostentava para-choques mais esportivos com entradas de ar maiores e saída de escape maior.
Sem a vestimenta SS, o visual do Chevrolet Cobalt era bastante genérico e insosso. Não havia muita ligação de estilo com outros modelos da marca, salvo as rodas de liga-leve de 18 polegadas do modelo SS que eram inspiradas no Corvette, assim como as lanternas traseiras.
Descontinuado em 2010 em favor do Chevrolet Cruze, os modelos de porte médio da Chevrolet nunca mais tiveram uma versão verdadeiramente esportiva ou variantes cupê. O Cobalt brasileiro também nunca flertou com essa veia mais esportiva que outrora seu nome carregou.
>>Chevrolet Trailblazer 2021 chega em setembro por R$ 269.850
>>Chevrolet Silverado é confirmada para o Brasil para ficar acima da S10
>>Chevrolet Onix volta a ser líder de mercado e VW T-Cross cai