Em 2027, as vendas mundiais de veículos elétricos podem ultrapassar 30 milhões de unidades e atingir 73 milhões em 2040, representando 33% e 73% das vendas totais, respectivamente, segundo uma pesquisa da BloombergNEF, publicada pelo site Auto Industria.
O estudo apresenta dois cenários: o de Transição Econômica (ETS), onde a adoção de veículos elétricos é moldada pelas tendências tecnoeconômicas atuais, sem interferências políticas, e o Cenário Net Zero (NZS), que prevê a frota mundial de zero emissões até 2050.
Nos próximos quatro anos, as vendas de carros elétricos crescerão 21% ao ano no cenário ETS, comparado a uma média de 61% entre 2020 e 2023. Apenas a China e a Europa terão uma participação acima da média mundial, enquanto as vendas no Brasil quintuplicarão até 2027 e triplicarão na Índia.
O estudo também avalia que, à medida que a eletrificação avança e o preço das baterias diminui, a compra de veículos elétricos será orientada pela demanda do consumidor, ao contrário das políticas públicas atuais.
Para alcançar a descarbonização total da frota de veículos até 2050, é necessário um apoio político bem estruturado, assim como a eliminação total dos motores a combustão interna até 2038.
Fim dos motores a combustão interna?
Isso só seria possível com a interrupção progressiva da produção desses motores já a partir do início da próxima década. No cenário de Transição Econômica (ETS), apenas os países nórdicos alcançarão a eliminação total dos veículos a combustão antes de 2038.
As vendas mundiais de veículos elétricos continuarão a crescer, no mesmo cenário ETS, embora o crescimento desacelere nos Estados Unidos e na Europa devido a mudanças regulatórias e políticas, e ao adiamento de metas de algumas montadoras.
O estudo também aponta que a eletrificação se espalha rapidamente pelos setores do transporte e que os veículos comerciais devem acelerar esse movimento. Caminhões médios e pesados equipados com conjuntos elétricos e células de combustível de hidrogênio representarão 18% das vendas globais até 2030 (43% até 2040).
Os caminhões elétricos se tornarão economicamente viáveis até 2030 – mesmo período onde se aproximarão dos motores a diesel, segundo o estudo publicado pelo Auto Industria.
O valor acumulado das vendas de veículos em todos os segmentos pode atingir US$ 9 trilhões até 2030 e US$ 63 trilhões até 2050 no cenário ETS. Contudo, ao menos US$ 35 bilhões precisam ser investidos em células de baterias e fábricas de componentes até o fim da década.
Outras conclusões do estudo indicam que até 2025 haverá 476 milhões de veículos elétricos em circulação (722 milhões até 2040). Esse tipo de veículo será uma ferramenta importante para a descarbonização do transporte, e os híbridos podem representar entre 5% e 45% das vendas até 2030.
Além disso, para atender à demanda por eletricidade dos veículos elétricos, o setor de recarga precisará investir algo entre US$ 1,6 trilhão e US$ 2,5 trilhões até 2050 em infraestrutura, instalação e manutenção, dependendo do cenário.
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