Desde que o casamento entre o grupo liderado por Fiat e o encabeçado pela Peugeot deu origem à Stellantis, muitas coisas mudaram. Tanto a FCA quanto a PSA tinham de lidar com marcas um tanto quanto deficitárias e com pouca atenção dentro do grupo. Mas isso mudará com a nova estratégia para Alfa Romeo, Chrysler, Lancia e DS.
O quarteto de marcas controladas pela Stellantis terá dez anos para fazer sucesso a base de novos e pesados investimentos. Se falharem na missão, correm seríssimas chances de serem cortadas. Cada marca terá posicionamento diferente e investimentos diferentes, mas todas terão novos modelos.
Os primeiros a chegar são os novos carros da Alfa Romeo e da DS, programados para uma janela até 2024. A italiana terá dois novos SUVs, sendo o compacto Tonale com base de Jeep Renegade e um ainda menor com plataforma de Peugeot 208. Esse segundo SUV terá versão 100% elétrica, repetindo a estratégia da marca francesa.
A DS também terá novos modelos até 2024, investindo fortemente em segmentos rentáveis, como o de SUVs. Hoje a marca tem apenas o compacto DS 3 Crossback, que não tem feito muito sucesso, e o médio DS 7, baseado no Peugeot 3008. Os novos utilitários da DS investirão em versões 100% elétricas e híbridas para se destacar.
Já a Chrysler terá dois novos modelos nos próximos anos. Ainda não se sabe como eles se posicionarão no mercado. Atualmente a norte-americana tem apenas a minivan Pacifica (e sua versão empobrecida Voyager) e o ancião sedã 300C. A marca deve investir em SUVs com pegada mais urbana e luxuosa ou sedãs de grande porte.
Caso Lancia
Já a Lancia é uma grande incógnita. Nos últimos anos ela viveu de vender versões mais chiques de carros da Fiat. Hoje o seu único modelo é o Ypslion, que nada mais é que um Fiat Uno / Panda com outro visual e interior mais sofisticado.
A Lancia é tratada como marca de luxo dentro da Stellantis, mas fica difícil enxergar como ela não irá atrapalhar a vida de Alfa Romeo e DS, ou ser atrapalhada por elas, em uma escala global.
O que a Stellantis tem como certo é: se DS, Alfa Romeo, Lancia ou Chrysler não obtiverem sucesso após o ciclo de investimentos de dez anos, elas serão cortadas. Hoje apenas Alfa Romeo e DS recebem algum tipo de investimento, enquanto Lancia e Chrysler meio que foram largadas à própria sorte.
Globalmente os investimentos mais pesados ainda serão em Peugeot e Jeep, mas é reconfortante aos fãs das quatro marcas, hoje deficitárias, saber que elas terão uma nova chance.
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