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De uns tempos para cá, o segmento de caminhonetes seguiu por uma verdadeira transformação. Além do surgimento de modelos intermediários como Toro, Oroch, Maverick e Montana, as médias também se sofisticaram. Modelos como a Nissan Frontier deixaram de desempenhar os papéis puramente de trabalho para assumir o dia a dia do brasileiro.
Prova disso é que as médias são cada vez mais equipadas, urbanas e caras. Ter versões (no plural) acima dos R$ 300 mil é tão comum quanto ver donos de sedãs de luxo os trocando pelas brutamontes de caçamba. Nesse cenário que a Nissan Frontier Pro4X parece ainda não ter entendido para que lado vai.
Duas opções
Por R$ 317.790, a Nissan tem duas opções de versão para a Frontier. A aventureira Pro4X testada traz a receita já aplicada na Attack, mas aprimorada e mais equipada para mirar no patamar da Ford Ranger FX4. Já a Platinum apresenta visual mais sofisticado e urbano para conquistar aqueles que não querem chamar a atenção.
A lista de itens de série é ainda contemplada por chave presencial, banco do motorista com regulagem elétrica, vidros elétricos nas quatro portas com função um toque só para a descida do vidro do motorista, retrovisores elétricos, retrovisor interno fotocrômico e revestimento interno em couro. Há ainda teto solar, algo que só ela oferece na categoria.
Contrapontos
A direção hidráulica talvez seja o maior ponto de incômodo na Nissan Frontier. Ela é extremamente lenta e excessivamente pesada. A única vantagem desse sistema é a maior robustez e manutenção mais barata que o elétrico das rivais. Só que, no dia a dia, manobrar a Frontier é cansativo (por sorte tem o sistema de câmeras 360° que ajuda na manobra).
Os 45,9 kgfm de torque são suficientes para ela, mas fica aquele gostinho de quero mais. As acelerações são a contento e o motor verdadeiramente acorda aos 2 mil giros. Só que um pouco mais de potência e torque faria muito bem à Frontier, que chega aos 100 km/h em 11,3 segundos – mesmo tempo de um Fiat Argo com motor 1.3 aspirado.
Entre tapas e beijos
Há de elogiar a transmissão automática de sete marchas da Nissan. Rápida nas trocas, ela responde quase instantaneamente aos pedidos do acelerador por mais força. Além disso, engole as marchas suavemente e sem trancos, sendo uma das mais bem calibradas do segmento.
Mas não é o que acontece. Ainda que a Frontier vá bem nas curvas, ela pula excessivamente. É uma das caminhonetes médias que mais tem comportamento saltitante, além de ser dura. Ao pegar buracos, a carroceria desconta todo o deslocamento na sua coluna e se movimenta notavelmente. A absorção de impactos é muito boa, mas faz a Nissan parecer um trator.
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Sina da Classe X
Inegavelmente hoje a Nissan Frontier é uma das caminhonetes mais bonitas do segmento. A reestilização fez muito bem a ela, ganhando frente mais alta e quadrada, casada com a grade frontal quadrada e a caçamba mais alta. A versão Pro4X vai além com detalhes vermelhos, tons escurecidos pela carroceria e para-lamas alargados.
Mas essas mudanças todas poderiam ter ido para o interior também. O visual é datado e há pouca sofisticação. É um acabamento inferior ao Kicks, usando as mesmas saídas de ar do March e plásticos com qualidade semelhante aos antigos compactos da marca japonesa. Os encaixes são bem feitos e os plásticos na média, mas nada luxuoso.
O espaço é ok na segunda fileira, com piso um pouco mais alto do que seria confortável e o encosto mais reto do que o necessário. Já a caçamba leva bons 1.054 litros, mas carece de uma simples proteção. Não tem capota marítima e muito menos protetor de caçamba, deixando as cargas arranhar a pintura sem a menor dó.
Peso dos anos
Há de destacar também que, por conta da idade do projeto, não há onde colocar o celular na Frontier sem que ele deslize em uma curva. Os porta-objetos próximos à entrada USB são todos rasos. Além disso, a central multimídia não oferece conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay.
É uma central apenas ok – mas considerando a média das marcas japonesas, a Nissan é a única que consegue fazer uma central que não é irritante ou com tela horrível de usar. O painel de instrumentos analógico com tela central colorida grande é vistoso e bem fácil de usar, sendo referência na categoria.
Veredicto
Por mais que R$ 317.790 sejam cifras altas, a Nissan Frontier Pro4X tem forte custo-benefício na categoria – visto que a maioria das rivais passa dos R$ 320 mil com facilidade. Além disso, é uma das mais bonitas do segmento. Só que para custar menos, sacrifica potência e modernidade.
É um tanto quanto bruta na hora de dirigir e nitidamente a idade de projeto já pensou. Por isso, uma nova geração já está no forno, desenvolvida em conjunto com a Mitsubishi L200 Triton. Se não quer esperar tanto, outras opções na categoria hoje são mais interessantes.
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