Os carros elétricos tornaram-se uma realidade, mas nem tudo o que reluz é ouro, não é mesmo? Embora sejam rápidos devido ao torque instantâneo e livres de ruídos e poluentes, esse tipo de mobilidade enfrenta desafios significativos.
Essa é a situação no mercado europeu, onde a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA), que representa os interesses de 15 grandes marcas baseadas no Velho Continente — como BMW, Mercedes-Benz, Ferrari, Renault e Volkswagen — expressa preocupação com a queda constante e acentuada nas vendas de veículos puramente elétricos.
De acordo com a ACEA, as vendas unitárias de veículos elétricos caíram 8,4% neste ano, enquanto a situação é ainda mais sombria para os modelos híbridos, que registraram uma baixa de quase 14% em relação ao ano passado.
A ACEA solicitou aos legisladores um alívio nas leis de redução de CO2 que entrarão em vigor para vans e ônibus. Além disso, também pediu uma revisão nas regras para veículos leves e pesados programadas para 2026 e 2027, o que significa que essas discussões podem ser adiadas para 2025.
Os fabricantes afirmam que têm os meios para cumprir as normas, mas argumentam que as mudanças e decisões não estão acompanhando o ritmo necessário. Essa preocupação se intensifica em relação às regulamentações de importação de veículos elétricos, especialmente os modelos chineses.
Os obstáculos dos carros elétricos
A ACEA atribui a queda no desempenho dos veículos elétricos à falta de infraestrutura de carregamento, à produção insuficiente de energia verde, à insegurança em relação ao acesso às matérias-primas, como baterias, à falta de incentivos para os compradores e à hesitação dos consumidores em adotar veículos elétricos.
Esses são alguns dos obstáculos a serem superados. Entretanto, a ACEA aponta que apenas 16% dos proprietários de carros não elétricos consideram mudar de opinião na hora de escolher o próximo veículo. Além disso, 20% dos atuais proprietários de veículos elétricos estão seriamente considerando retornar aos motores tradicionais de combustão, mesmo diante das metas climáticas da Europa.
A ACEA também advertiu que os fabricantes terão que pagar multas para vender os carros que os consumidores desejam — dinheiro que poderia ser investido para se tornarem mais competitivos e produzir mais veículos elétricos.
Caso contrário, terão que cortar a produção de maneira tão drástica que as perdas de empregos resultantes enfraqueceriam a economia e as cadeias de suprimentos da Europa, exacerbando as condições que causaram a queda em primeiro lugar.
O apelo da ACEA aos legisladores da União Europeia é claro: mudança nas leis para apoiar o setor automotivo e na construção de uma indústria responsável pelo clima e economicamente competitiva, ou todos perdem.
Você tem um veículo elétrico? Acredita que um dia os carros a combustão vão desaparecer? Escreva nos comentários!