Nova Chevrolet S10: as armas para encarar Hilux e Ranger 

A nova Chevrolet S10 foi revelada por completo e o Auto+ teve a chance de conhecer de perto o modelo, durante a ExpoLondrina deste ano. No entanto, este primeiro contato foi rápido e nem foi possível andar para valer com a caminhonete, já que só era possível fazer um test drive rápido em uma mini-pista off-road.

Sendo assim, seria bastante desonesto trazer neste texto as impressões ao volante da caminhonete. Entretanto, é possível sim falar sobre alguns atributos da S10 renovada, que ganha uma reestilização mais profunda, mas ainda se mantendo na mesma geração.

Durante a apresentação do produto, ficou claro que a Chevrolet mira em duas concorrentes: Toyota Hilux e Ford Ranger. A primeira é a líder do segmento, enquanto a segunda ganhou uma nova geração, virou a referência e já ameaça a vice-liderança da Chevrolet S10. Portanto, é bastante óbvio que esses dois modelos sejam os principais alvos da GM. E existem sim alguns bons atributos na S10 que podem ajudar nessa briga no segmento. 

Preço da nova Chevrolet S10

A Chevrolet S10 teve uma mudança importante em suas versões, nos equipamentos e nos preços. Somente quatro configurações foram mantidas: WT (cabine simples e voltada para o trabalho), Z71, LTZ e High Country. 

Todas utilizam o mesmo motor, o 2.8 turbo diesel de 207 cv e 52 kgfm. A WT é a única com câmbio manual de série, com seis marchas, mas deve ter como opcional a transmissão automática de oito marchas, que é padrão nas demais versões.

O conteúdo de todas as versões vazou na última semana, mas a Chevrolet só apresentou os detalhes da Z71, LTZ e High Country no evento de lançamento. Entretanto, todos os itens de série mostrados só confirmaram o que havia vazado.

Considerando as versões com cabine dupla, a Z71 é a versão de entrada. Com apelo esportivo, essa configuração é uma das apostas da Chevrolet S10 renovada, tendo preço de R$ 281.900. Curiosamente, ela tem um santantônio tubular que não está presente na LTZ.

Comparando com Hilux e Ranger, a S10 Z71 custa mais que as versões cabine dupla mais baratas das rivais. Inclusive, a caminhonete da Ford não tem opção de cabine simples no Brasil. A Ranger mais barata com cabine dupla, câmbio automático e tração 4×4 custa R$ 259.990, mas tem menos potência, já que utiliza o propulsor 2.0 turbo diesel de 170 cv. Já a XLS V6 mais barata custa R$ 279.990, tendo valor menor que a S10 Z71 e ainda entregando 250 cv.

No caso da Hilux, a STD Power Pack usa rodas de ferro, mas sai por R$ 242.590. A SR já é mais completa e também custa menos que a S10 Z71, tendo preço de R$ 272.190. No entanto, nenhuma das rivais têm o apelo esportivo que a Z71 oferece, que é no que a Chevrolet aposta.

High Country contra-ataca 

Se na versão de entrada a S10 está em desvantagem, a caminhonete da Chevrolet consegue reagir no preço de sua versão topo de linha. Como nem a marca americana mostrou a LTZ para a imprensa, vamos focar na High Country, que é a versão mais cara da S10.

Na linha 2025, essa versão custa R$ 302.990, e traz tudo que a S10 oferece de melhor. A Toyota Hilux mais completa é a GR-Sport, que tem motor de 224 cv, apelo esportivo e custa R$ 372.890. Com um apelo mais racional, existe ainda a SRX Plus, que tem a mesma carroceria alargada, mas usa o motor de 204 cv, que custa R$ 334.890.

Desconsiderando a Raptor, a versão mais cara da Ranger é a Limited, que custa R$ 319.990, embora tenha o motor V6 de 250 cv. Mas analisando apenas o preço, fica evidente que a S10 tem vantagem em sua versão topo de linha, embora perca em desempenho para a Ranger e em prestígio para a Hilux.

Visual

A Chevrolet S10 repete a fórmula da nova Spin. Mesmo sem ter mudado de geração, a caminhonete recebeu um bom banho de loja. Seu visual ficou bem mais moderno, inclusive no interior, que era um dos pontos que mais precisava de uma renovação. No entanto, algumas coisas só mudariam com uma troca completa de geração, como o espaço para o banco traseiro.

Em termos visuais, a S10 está mais atualizada que a Hilux, mas não tem como vencer a Ranger neste aspecto. A rival da Ford mudou por completo, parece uma F-150 menor e tem motores mais modernos, embora o propulsor da Chevrolet tenha recebido 39 atualizações e recebeu até inteligência artificial em seu módulo eletrônico. 

O comportamento dinâmico da Chevrolet S10 parece estar melhor, mas só um teste mais completo vai comprovar isso. Mas, novamente, ela pode até superar a Hilux neste quesito, mas é difícil bater a Ranger, que é a referência da categoria.

Vai ter briga?

Do trio, a Hilux é agora o modelo mais envelhecido, mas a Toyota já prepara uma nova geração para sua picape, que deve ser lançada em 2025. No momento, o banho de loja da S10 consegue encarar melhor a Hilux atual, mas ainda não parece ser páreo para a Ford Ranger.

No entanto, a Chevrolet tem outra boa carta na manga: a quantidade de concessionárias. Com o fim da produção no Brasil, a Ford viu sua rede encolher. Já a Chevrolet está presente em praticamente todo o país, o que é importante para este segmento. A Toyota tem menos lojas, mas o prestígio e a confiança na Hilux fazem com que isso seja praticamente ignorado pelo público.

A nova Chevrolet S10 parece ser um produto melhor. A GM procurou corrigir alguns problemas e fez uma extensa mudança em sua caminhonete. O problema é que o segmento está bastante movimentado, e em breve a concorrência deve reagir de maneira mais intensa. Resta saber se a força do nome S10 será suficiente para manter a caminhonete na vice-liderança, ou se a renovação da Ranger vai acabar minando as forças do modelo.

Acredita que a reestilização da Chevrolet S10 é suficiente para a caminhonete seguir forte no segmento das caminhonetes médias? Deixe um comentário com sua opinião.

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