A Alemanha tem como meta ter 15 milhões de carros elétricos rodando por suas ruas até 2030. Todavia, este projeto não está indo nada bem, já que diversos problemas começaram a surgir no meio do caminho e até as vendas estão estagnadas, o que preocupa os políticos. Só que, a BMW já tinha avisado.
O que acontece é que durante um evento da associação da indústria automotiva em Berlim, o ministro dos Transportes, Volker Wissing, deu a entender que havia uma queda na demanda pelos carros elétricos. Junto com especialistas, houve a explicação de que está cada vez mais complicado a venda de um modelo 100% elétrico e que os incentivos generosos por parte do governo já não são tão satisfatórios como antes. Os dois pontos que mais alertam os motoristas são a infraestrutura de carregamento e o preço dos carros.
De acordo com especialistas na área de vendas, a Alemanha deve sofrer uma queda de 14% dos carros elétricos. O chefe da consultoria automotiva Berylls Strategy Advisors, Jan Burgard, afirmou que este a demanda deste ano para esses veículos não está boa e que o segmento de automóveis mais premium está saturado de opções e automóveis com essa propulsão e mais em conta sofre com pouca oferta.
Infraestrutura é o ponto chave e BMW fica aliviada
O ministro elogiou as fabricantes alemãs por investirem na criação de carros elétricos. E quando questionado sobre qual poderia ser o incentivo do governo neste momento, foi contundente ao afirmar que precisa melhorar a infraestrutura de carregamento. No fim de 2022, ele revelou que Berlim receberia um investimento de US$ 6,85 bilhões para ter mais estações de carregamento e a Alemanha teria um milhão deles em 2030. Mas, a estratégia não deu certo e até setembro de 2023, apenas 105 mil estações estavam em pleno funcionamento.
Segundo a associação do setor, a VDA, para que os alemães atinjam essa marca de estações propostas inicialmente, a construção desses postos precisa triplicar com urgência. Outros problemas que surgiram recentemente foram o aumento no valor da conta de eletricidade e também o preço elevado desses veículos. Burgard contou que é uma meta irrealista a Alemanha ter 15 milhões de carros elétricos até 2030 nas atuais condições.
Atualmente, apenas 2% de toda a frota alemã é de modelos elétricos. A Audi já diminuiu seu portfólio elétrico e a Volkswagen já repensa seus próximos lançamentos. Para os especialistas, se as medidas para reverter este cenário não forem tomadas com certa urgência, os motoristas continuarão a usarem seus carros movidos a combustão e que são poluentes e as montadoras não vão bater a meta nas emissões de gases nocivos ao meio ambiente.
Apesar de se preocupar com a redução das emissões, o CEO da BMW, Oliver Zipse, ficou mais aliviado após este evento. Ele já tinha revelado que sua marca seria mais cautelosa na produção de carros elétricos. A montadora seguiria sim a tendência do mercado, só que de maneira não tão radical. Ele chamou de negligente quem achava que seria o fim dos motores a combustão de uma forma tão abrupta.
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