O Jeep Commander Overland TD 380 4×4 tem um nome gigantesco e um preço que já se aproxima do patamar de algumas marcas premium. No entanto, dentro do universo dos SUVs de sete lugares, mesmo a versão topo de linha consegue ser bem mais barata que Toyota SW4, Mitsubishi Pajero Sport e Chevrolet Trailblazer.
Sem contar que, por utilizar uma estrutura monobloco, o modelo da Jeep consegue ser mais bem mais confortável que o trio derivado de picapes médias. Há também o CAOA Chery Tiggo 8, mas o modelo chinês não consegue acompanhar as vendas do Commander, tendo quase 10 mil unidades a menos no acumulado do ano.
E as qualidades do SUV da Jeep ajudam a explicar o motivo de seu sucesso em nosso mercado. Tanto que isso já foi dito em outras avaliações aqui no Auto+, mas faltava analisar a versão topo de linha do Commander. Agora não falta mais, e esse teste foi feito do jeito com a capacidade máxima de ocupantes, com sete ocupantes durante um passeio pelas ruas de terra do ABC paulista.
Passeio em família
Para isso, foi preciso apelar para o tamanho gigantesco da minha família. Pai, mãe, tia e primos foram convocados na missão de lotar o Commander Overland. E foi possível acomodar todos com relativo conforto, mas é evidente que os viajantes da terceira fileira têm menos espaço.
Na frente e na segunda fileira, quase todo mundo viaja bem, já que não há tanto espaço assim para os ombros de quem vai no meio do segundo banco. Por sorte, minha tia é pequena e conseguiu se acomodar bem ali, mas no caso de três adultos com mais de 1,70 m, a situação é um pouco mais complicada.
É possível puxar a segunda fileira para frente ou para trás, aumentando ou diminuindo o espaço para ela e para a última fileira. Mas não dá para fazer mágica. Se sobrar espaço para uma fileira, faltará para a outra. Então é preciso equalizar a melhor configuração possível.
No nosso caso, os maiores foram no banco da frente. Eu, com meu 1,87 m, estava ao volante, enquanto meu primo foi na carona. Depois, os ocupantes de estatura intermediária ficaram na segunda fileira. Por último, coube aos menores ocuparem os dois assentos extras.
E, mesmo passando em ruas de terra e com bastante buraco, não houve grandes críticas ao conforto do SUV. A última fileira do Commander é a mais crítica e pula mais, já que fica quase em cima do eixo traseiro. Porém, no geral, é possível sim levar toda a família para passear ou viajar.
Acabamento de primeira
Desde que foi lançado, o acabamento do utilitário é um dos seus principais destaques. E realmente a Jeep teve um cuidado grande com o interior do carro. A cabine é bastante requintada, com uma espécie de camurça no painel e detalhes em um tom de cobre.
Por ser a versão mais completa, o motorista e o passageiro têm ajuste elétrico para seus bancos, o que sempre facilita na hora de encontrar uma boa posição para dirigir o modelo, e também para o carona se acomodar. Nesse quesito, o Commander realmente se destaca, e quase todo mundo que vê o interior do carro elogia os detalhes do acabamento.
Problemas do Jeep Commander
Como qualquer carro, o Commander não é perfeito e tem alguns pontos negativos bem irritantes. É ótimo que o SUV tenha um bom pacote tecnológico, com manutenção em faixa, piloto automático adaptativo, reconhecimento de placas de velocidade, detector de fadiga e frenagem autônoma de emergência. Porém, a Jeep precisa de um sensor melhor para algumas funções.
É o caso do assistente de permanência em faixa. Ele é ativado sempre que o carro é ligado, mas é bastante impreciso e muito intrusivo. Tanto que sempre desligava o recurso, já que me sentia mais seguro dirigindo por conta própria.
Outro ponto bastante irritante é a quantidade excessiva de apitos que o carro emite. Dirigir em São Paulo requer paciência de Jó, pois o Commander vai apitar sempre que um motoqueiro passar ao seu lado. Às vezes você só quer aproveitar o sistema de som assinado pela Harman Kardon, mas os apitos insuportáveis até tiram o prazer de ouvir uma boa música a bordo do carro.
Felizmente, isso deve ser corrigido em breve, já que o Auto+ apurou que um novo sistema será empregado ao carro, com um padrão nível Honda. Mas, até aqui, o sistema utilizado no Commander é bastante chato, sem contar a intromissão do sensor de permanência em faixa.
Outros pontos que poderiam melhorar são o desempenho e o consumo. Curiosamente, a versão Overland diesel, mesmo sendo a mais cara, não é a mais potente. Seu motor 2.0 turbo diesel entrega 170 cv e 38,7 kgfm de torque, sendo acoplado ao câmbio automático de nove marchas e à tração integral.
Por pesar quase 2 toneladas, e ainda carregado com sete pessoas, o Commander é meio lento em retomadas, além de não ser totalmente excelente em consumo. Minha média com o carro foi de 12 km/l, mas quando o vídeo para o nosso YouTube foi gravado, ele estava fazendo 8,5 km/l. Por ser diesel, poderia ser um pouquinho melhor, já que o preço deste combustível está bastante alto.
Não que seja uma média ruim, mas com a alta do diesel, o ideal é que esse motor fosse mais econômico. Ao que tudo indica, o Commander vai receber um novo motor turbo diesel, o 2.2, que terá cerca de 200 cv e pode melhorar as médias de consumo, por ser mais moderno. Resta aguardar para vermos como será este novo propulsor.
Veredicto
Apesar de ter pontos irritantes, o Jeep Commander mostrou nos testes o motivo de ser o líder entre os SUVs de sete lugares. Confortável e bom para a família, o modelo até faz a gente ignorar seus problemas, já que é seu comportamento ao volante é excelente, tendo uma dirigibilidade diferente do Compass e se aproximando dos SUVs americanos.
Ainda bem que está nos planos da Stellantis corrigir os problemas dos assistentes do SUV. E com novos motores a caminho, a tendência é que o carro continue com boas vendas.
Sem contar que a versão Overland tem um pacote bastante atrativo, com painel digital e central multimídia que superam as 10 polegadas, ar-condicionado de duas zonas com saída para a segunda fileira, carregador por indução para smartphones, som assinado, ajuste elétrico para o passageiro e para a tampa do porta-malas.
O problema é que com o último reajuste, o preço dessa versão com o motor diesel saltou para R$ 325.990, enquanto a Overland flex sai por R$ 278.990, uma diferença de R$ 47 mil.
Dessa forma, a menos que a tração 4×4 seja essencial para o seu uso, é melhor economizar um bom dinheiro e levar o modelo flex para casa. O consumo será maior, mas a potência também. Há ainda o modelo Limited, que já conta com um bom pacote de equipamentos e custa R$ 251.690 (flex) e R$ 299.990 (diesel).
O Limited perde o som assinado, ajustes elétricos para o banco do passageiro e a abertura elétrica do porta-malas, e tem um acabamento um pouco inferior. Mas pela diferença no preço, o modelo intermediário acaba tendo um custo-benefício bem mais interessante.
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