Marcas em processo de reestruturação ou renovação intensa passam por um momento delicado, como é o caso de Citroën e Honda. Hoje, as duas marcas só vendem um carro em seu portfólio e se preparam para uma expansão de sua gama em 2022.
Se abrir o site da Citroën ou da Honda, verá mais do que apenas um carro para cada, mas a prática não é exatamente assim. A Honda atualmente vende e produz somente o City no Brasil. O modelo é oferecido em carroceria hatch e sedã, o que tecnicamente poderia ser contabilizado como dois carros. Mas um é derivado do outro e eles têm o mesmo nome.
No site ainda é possível ver Civic e HR-V exibidos ao lado dos irmãos novatos, mas experimente visitar uma concessionária Honda. Só verá City, City hatch, outro City, mais dois City hatch e se der sorte, outro City. Não há outro modelo da Honda nos pátios das revendas. Encontrar um Civic ou um HR-V é sorte e resto de estoque.
A mudança radical se deu pelo fato de que a Honda encerrou a fabricação de carros em sua planta de Sumaré, interior de São Paulo. Toda linha nacional era feita lá e em Itirapina, também no interior paulista. Os motores aspirados 1.5 de Fit e WR-V, o 1.8 do HR-V e o 2.0 do Civic não passavam no Poroconve L7.
A opção da Honda foi tirar todos de linha ao invés de investir em melhorias mecânicas necessárias para atender aos novos protocolos. Isso também foi motivado pelo fim do ciclo de vida de todos eles. O Civic ainda volta, como importado. Mas a linha não nacional da Honda também sofreu.
Accord e:HEV não ficou nem um ano no Brasil e foi tirado de linha – coincidentemente exatamente quando o Auto+ avaliava o modelo. Já o CR-V saiu pouco antes, mas já tinha completado um ano de venda. O SUV retornará na próxima geração e provavelmente somente híbrido. Já o sedã só retorna se a crise dos semicondutores passar e sobrar estoque lá fora.
Para esse ano teremos a estreia da nova geração do HR-V, produzido no Brasil. Ele engrossará a linha nacional da Honda, que ainda terá o reforço do retorno do Civic em 2023. Um novo SUV compacto abaixo do HR-V é especulado para o nosso país, provavelmente o ZR-V que vem sendo especulado há tempos e já foi mostrado como conceito na Ásia.
E a Citroën?
O caso da Citroën é mais peculiar. A marca francesa não tem carros novos em seu portfólio. O C4 Catus foi lançado em 2018 no Brasil e já saiu de linha na Europa. É um produto relativamente moderno, mas não tanto quanto os Honda City e City Hatch que estrearam nesse ano.
O Cactus ganhou um impulso nas vendas nos últimos tempos por causa da Stellantis, vale destacar. O portfólio da Citroën, porém, é reforçado por seus modelos comerciais. A marca tem o furgão médio Jumpy em versões passageiros, vidrada, furgão diesel e furgão elétrico.
Há ainda a van grande Jumper com versões passageiro e furgão, sempre na configuração comprimento longo e teto mais alto. A Citroën terá sua estreia mais importante da década em 2022: a nova geração do C3. Primeiro projeto feito com melhorias da engenharia da Fiat no Brasil, ele promete ser o ponto de virada da marca.
O hatch compacto com ares de SUV subcompacto terá motor 1.0 aspirado do Argo e 1.6 aspirado do 208, com opção de câmbio automático. Seu preço e porte serão posicionados estrategicamente entre hatches subcompactos como Fiat Mobi e Renault Kwid, e os compactos como Fiat Argo, Chevrolet Onix e Peugeot 208. Promete vender muito.
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