Governo cria novo programa com incentivos bilionários para carros menos poluentes

De olho em carros menos poluentes produzidos no Brasil, o governo federal anunciou a segunda etapa do Rota 2030 no último sábado (30). Chamado de Mover, que significa Mobilidade Verde e Inovação, esta nova etapa promete aumentar os investimentos em modelos mais eficientes, além de estabelecer novas exigências.

Quem tiver veículos menos poluentes, vai pagar menos impostos, por conta do IPI Verde. Além disso, as fábricas vão precisar atingir um percentual mínimo nos índices de reciclagem. Com isso, o incentivo fiscal dado pelo governo será gradual e vai aumentar a cada ano, até 2028.

Em 2024, o montante será de R$ 3,5 bilhões, subindo para R$ 3,8 bilhões no próximo ano. Para 2026 e 2027, o repasse será de R$ 3,9 bilhões e R$ 4 bilhões, respectivamente. Já para 2028, o valor vai chegar em R$ 4,1 bilhões, totalizando mais de R$ 19 bilhões. Esses benefícios serão convertidos em créditos financeiros para as empresas.

Mudanças nos indicadores dos carros

Uma grande mudança nos índices de poluição dos carros é que agora toda a cadeira será considerada. Dessa forma, os carros movidos a etanol, por exemplo, conforme explica o Automotive Business, as emissões serão consideradas desde a plantação da cana-de-açúcar. O mesmo critério será utilizado nos demais veículos.

A partir de 2027, o governo prevê que a medição seja ainda mais ampla, chamada de “do berço ao túmulo”. Dessa forma, será possível monitorar a pegada de carbono de todos os componentes dos carros.

Imposto de importação

A volta da cobrança do imposto de importação para carros elétricos deu o que falar em 2023. No entanto, ao menos haverá uma compensação para as montadoras. O imposto será reduzido para as marcas que invistam em peças e componentes sem similar nacional, mas desde que as fabricantes invistam 2% do total importado em projetos de pesquisa e desenvolvimento nacional, na cadeia de fornecedores brasileiros.

Haverá também reduções em outros impostos, como o IRPJ e na CSLL, com créditos financeiros de até R$ 3,20 a cada real investido em pesquisa e desenvolvimento no Brasil.

O Mover vai criar também o Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico, que será administrado pelo BNDES e pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

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