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Orgulho da Fiat, Toro já alcançou 400 mil unidades feitas no Brasil

Lançada em fevereiro de 2016 no Brasil, a Fiat Toro tem sido um dos carros mais importantes da marca, vendendo mais até que picapes médias

Fiat Toro Volcano e Fiat Toro Freedom 1.8 [Auto+ / João Brigato]
Fiat Toro Volcano e Fiat Toro Freedom 1.8 [Auto+ / João Brigato]

Em fevereiro de 2016 a Fiat praticamente inaugurou um novo segmento no Brasil com a Toro. Apesar de a Renault ter lançado a Oroch meses antes, as duas picapes se posicionam de formas um pouco diferentes. Agora atingindo 400 mil unidades produzidas na fábrica de Goiana (PE), a Fiat Toro de fato revolucionou o mercado de caminhonetes no Brasil. E é fácil entender o porquê.

Até o segundo semestre de 2015 nós tínhamos no mercado automotivo brasileiro basicamente só dois tipos de picapes. O segmento das pequenas era composto por Fiat Strada e Volkswagen Saveiro, depois tendo uma grande lacuna até as médias, como Toyota Hilux, Chevrolet S10, Ford Ranger e etc. Quando a Renault Oroch foi apresentada, ela tinha a vantagem de ter quatro portas (algo que a Strada ainda não tinha) e ser um pouco maior que as compactas.

Contudo, com a Toro a Fiat foi além disso, criando um nicho chamado só pela montadora (e por mais ninguém) de SUP (Sport Utility Pick-up). A ideia da marca italiana era criar uma relação com os SUVs (Sport Utility Vehicle). Mas, no final das contas, ninguém se referiu a ela dessa maneira e a sigla cai na reestilização da Toro.

Fiat Toro Volcano [divulgação]
Fiat Toro Volcano [divulgação]

400 mil unidades

Por ter popularizado o segmento de picapes intermediárias, certamente a Toro é um orgulho para a Fiat, que na época fez uma aposta bastante ousada. Devido à tradição do mercado de caminhonetes no Brasil, havia a possiblidade de que o público rejeitasse uma proposta mais urbana como a da Toro, mas não foi isso que ocorreu. Tanto que Ford Maverickk, Hyundai Santa Cruz e Chevrolet Montana só existem por causa do sucesso da Toro no Brasil.

Presente por aqui desde fevereiro de 2016, ela já atingiu a marca das 400 mil unidades produzidas na planta nordestina da Stellantis. De lá da fábrica em Goiana, Pernambuco, também sai os Jeep Renegade, Compass e Commander. Inclusive, conforme mostramos por aqui no Auto+, recentemente a Jeep atingiu 1 milhão de unidades produzidas no Brasil.

Fiat Toro Volcano [Auto+ / João Brigato]
Fiat Toro Volcano [Auto+ / João Brigato]
Basta pegar os números de emplacamentos divulgados pela Fenabrave para comprovar que a Toro realmente é um sucesso em vendas. Nesses primeiros três meses de 2023, por exemplo, ela já obteve 12.079 emplacamentos. Isso representa 1.468 unidades a mais que a Toyota Hilux, que é líder entre as médias.

Entre todas as picapes, ela perde em vendas somente para a irmã menor, a Strada, que teve 23.772 emplacamentos até março. Em 2022 a Toro também vendeu mais que a Hilux, na ocasião com 961 unidades a mais (49.567 contra 48.606, respectivamente).

Fiat Toro Freedom 1.3 T270 [divulgação]
Fiat Toro Freedom 1.3 T270 [divulgação]
Em 2021 seu sucesso foi ainda maior, quando chegou a vender 70.890 unidades durante o ano. Com isso a diferença para a líder das picapes médias ficou ainda maior, atingindo 24.997 emplacamentos a mais (45.893 emplacamentos da Toyota Hilux).

Única até hoje

Atualmente a Fiat Toro até conta com modelos de propostas parecidas, mas ainda se torna única por alguns motivos. A picape da Renault, por exemplo, é menor que a Toro. Além disso, ela tem sempre tração dianteira e é mais focada no trabalho, ao invés do conforto e tecnologia.

Renault Oroch Outsider [Auto+ / João Brigato]
Renault Oroch Outsider [Auto+ / João Brigato]
Quem também se aproxima é a Ford Maverick, que até ganha da Fiat no quesito dimensões, mas se limita a uma motorização turbo à gasolina, embora também tenha tração nas quatro rodas. Ela conta com uma proposta diferente, focada na dirigibilidade e esportividade mesmo sendo uma picape. Ou seja, um nicho bem específico.

Recentemente chegou ao mercado brasileiro a nova geração da Chevrolet Montana. Até mesmo com um visual parecido com o da Toro. Por isso, inicialmente, muitos imaginavam que ela seria a grande rival da caminhonete da Fiat. Pode até ser em questão de número de vendas, mas também se enquadra em uma proposta um pouco diferente por ser menor e ter apenas tração dianteira.

Qual a exclusividade da Fiat Toro?

A grande sacada da Fiat foi oferecer versões com motor turbo diesel e tração 4×4 para sua picape intermediária. A Montana, por exemplo, tem somente motor turbo flex e tração dianteira, além de ter uma capacidade de carga muito menor, assim como o desempenho no off-road.

A Toro foi pensada para atender o consumidor que gosta de uma picape e eventualmente necessita da caçamba para transportar objetos maiores a mais pesados, mas que geralmente usa a camionete apenas para passeio. Para quem tem esse tipo de utilização, uma média como a Hilux e a Ranger se tornam muito grandes e caras, além de serem um pouco desconfortáveis em determinadas situações.

Isso porque elas são construídas sobre chassis e possuem foco no uso mais severo (como no trabalho e em percursos off-roads) e no transporte de cargas. Já a Fiat resolveu utilizar um sistema de suspensão independente (ao invés de feixe de molas) e construir a Toro em uma carroceria monobloco.

Por isso que ela talvez não seja a mais indicada para o fora de estrada ou uso severo no trabalho, mas garante uma das rodagens mais confortáveis entre as picapes, comparando com as médias. Sendo assim, para quem utiliza mais a picape para lazer em percurso urbano ou rodoviário, e só de vez em quando necessita de recursos um pouco mais off-roads (sem grandes abusos), a Fiat Toro ainda é praticamente a única focada nessa utilização.

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