Enquanto a economia mundial começa a mostrar os primeiros passos de melhor com a diminuição dos casos de Covid-19, a indústria automotiva se prepara para mais um baque. A produção de carros foi afetada em escala global por conta da falta de semicondutores e chips. Mas Fiat, Peugeot e Mercedes-Benz apostam que a crise ainda não passará.
O grupo Stellantis (liderado por Fiat e Peugeot), além da Daimler (dona da Mercedes-Benz), apostam que a crise industrial perdurará até 2022. Carlos Tavares, presidente da Stellantis, em entrevista ao Automotive Press Association, relatou que “a crise dos semicondutores, de onde tudo que eu vi, e eu não tenho certeza se consigo ver tudo, vai durar até 2022 fácil”.
“Não vejo sinais suficientes de produção adicional vindo de fornecedores da Ásia a ponto de suprir a demanda no Ocidente em um futuro próximo”, completa o executivo. A Stellantis ainda acredita que seria difícil demais fazer a adaptação de novos chips e semicondutores para seus carros. Esforço que levaria pelo menos 18 meses.
Por conta disso, diversas marcas estão produzindo carros sem alguns elementos eletrônicos para serem finalizados posteriormente, como é o caso da Mercedes. “Temos alguns carros inacabados, mas não deixamos isso passar do limite”, relata Ola Källenius, CEO da Daimler à Reuters.
Situações opostas pelo mundo
A Chevrolet, por exemplo, tem vendido e produzido algumas picapes nos EUA sem start-stop e sem alguns elementos eletrônicos. Elas são entregues regularmente como se nada estivesse acontecendo. Alguns modelos da Ford tem sua parte eletrônica finalizada em concessionária nos EUA após entrega de componentes.
Enquanto isso aqui no Brasil, a situação é diferente. Chevrolet, Volkswagen e Honda já fecharam suas fábricas por um tempo por falta de componentes eletrônicos. Algumas marcas também reduziram a produção para manter a demanda, mas com número de turnos reduzidos, como Nissan e Hyundai.
Já as marcas do grupo Stellantis que produzem no Brasil, como Peugeot, Citroën, Jeep e Fiat foram umas das poucas que não fecharam as fábricas ou reduziram o volume de produção.
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