Já reparou que o Fiat Fastback parece estranho de alguns ângulos? Muita gente reclama que as rodas parecem pequenas, mesmo sendo enormes com 18 polegadas. Apesar de inegavelmente ser um carro bonito e bem desenhado, há sempre um ponto em que parece que o SUV da Fiat tem algo de errado. E a resposta é só uma: falta de proporção.
Todos os carros seguem algumas regras e preceitos de proporção para que se tornem mais harmoniosos aos nossos olhos. É comum na hora de projetar um carro, usar a proporção áurea de Fibonacci para atingir uma maior harmonia a ponto de o cérebro instintivamente entender aquilo como algo belo.
Uma maneira que muitos designers usam para projetar os carros é a contagem de rodas (considerando também pneus) no comprimento total do modelo. Cada tipo de carroceria tem uma contagem de rodas diferentes para determinar melhor suas proporções. Os SUVs cupê, por exemplo, tendem a usar quatro rodas e meia na proporção.
Pegamos como exemplos dois modelos da categoria, de portes diferentes, mas que são inegavelmente bonitos: Volkswagen Nivus e BMW X4. Repare nas imagens que mesmo o Nivus sendo bem menor que o X4, ele mantém a proporção de quatro rodas e meia de comprimento. O BMW tem rodas e pneus enormes, mas segue essa lógica.
Mas e o Fiat Fastback? Ele tem traseira mais longa do que deveria, chegando a cinco rodas ao total. Esse tipo de proporção é encontrada nos sedãs. Só que eles não causam estranheza porque o volume da tampa traseira é menor, com vidro recuado. A quantidade de lata excedente acima da caixa de roda faz o Fastback parecer estranho e com rodas pequenas.
A projeção abaixo exemplifica como ficaria o Fastback com a traseira mais curta seguindo a mesma proporção do Nivus e do X4. É uma mudança muito sutil, mas que quebra a sensação de falta de proporção que o modelo passa. O revés disso seria perder capacidade de porta-malas, um dos grandes trunfos do SUV.
Custo vs visual
Rodas maiores resolveriam esse problema? Não. Primeiro porque haveria necessidade de aumentar toda a caixa de roda, conjunto de pneus e com isso não seriam mais aproveitados os elementos estruturais do Pulse, Argo e Cronos. Além disso, na dianteira se perderia a harmonia com rodas exageradamente grandes.
E por que a Fiat fez isso? Simples: economia de custos. Ao invés de fazer como a Volkswagen que criou toda uma seção traseira nova para o Nivus a fim de harmonizar melhor o design do carro, o Fastback aproveita a parte traseira do Cronos. Assim, não há necessidade de mexer ainda mais na estrutura para criar um carro de comprimento semelhante.
Caso a Fiat tivesse feito a traseira mais curta, teria de fazer uma sessão posterior da plataforma diferente. Hoje ela tem uma para Pulse e Argo, outra para Fastback e Cronos. É diferente da Volkswagen que muda a parte traseira da plataforma MQB para Polo, Nivus e Virtus. Ou seja, uma justificável economia de custos, abrindo mão um pouco do design.
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