Desde que foi preso no Japão em 2018 e protagonizou uma fuga cinematográfica um ano depois para o Líbano, Carlos Ghosn não poupou mais críticas à Nissan. Ex-comandante da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, o brasileiro agora afirma que a marca japonesa “não sabe para onde está indo”.
Em entrevista ao Automotive News durante o lançamento do seu livro traduzido para o japonês, Carlos Ghosn foi enfático sobre o processo de eletrificação da Nissan. “Quando lançamos o primeiro elétrico de grande volume [Nissan Leaf], você sabe, todo mundo riu da nossa cara”.
Anos depois, chegamos em 2021 onde praticamente todas as marcas possuem algum forte plano de mudança total para a eletrificação. A própria Nissan fará isso, com o lançamento de 15 carros 100% elétricos até 2030. Além disso, 23 modelos eletrificados (híbridos ou micro-híbridos) farão sua estreia antes da virada da década.
Parte desses planos de eletrificação foi antecipada por quatro conceitos que ilustram essa matéria. A picape Surf-Out antecipa uma possível nova geração elétrica da Frontier. Já o Chill-Out pode ser a próxima geração do Leaf, mas agora convertido em SUV cupê.
A Nissan ainda apresentou o Hang-Out, que é um misto de hatch, minivan e SUV. Algo como um Kia Soul, mas com carroceria mais quadrada. Por fim, havia ainda o Max-Out, um conversível com linhas inspiradas em barcos e com visual bastante aerodinâmico.
Isso é necessário para atender às exigências da Europa. Prova disso, é que 75% dos carros vendidos na Europa em 2026 serão eletrificados de alguma maneira. Nos EUA, 40% dos carros em 2030 serão totalmente movidos a baterias. Aqui no Brasil, no entanto, não há planos para eletrificação da frota nacional.
Para o brasileiro Ghosn, no entanto, isso não é suficiente. “Eles estão realmente em uma posição ruim na corrida [dos carros elétricos]. Não tem visão. Eles não sabem para onde estão indo. [A Nissan] Não tem uma clara imagem sobre essa gigantesca transformação tecnológica que está acontecendo”.
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