![Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato] Volkswagen T-Cross Highline [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2022/10/Volkswagen-T-Cross-Highline-4_edited-990x556.jpg)
Nos últimos anos, o segmento de SUVs compactos se tornou o mais disputado. Todas as marcas querem um modelo na categoria e brigam ferrenhamente por um pedaço do bolo. Mas que hoje tem a fatia maior é o Volkswagen T-Cross. Prestes a ser renovado, o SUV alemão tem alguns pequenos pecados a confessar.
Para entender o que é bom, o que precisa melhorar e quais pecados capitais ele cometeu, levamos para o teste a versão topo de linha Highline lotada com todos os opcionais. Por essa versão, a Volkswagen pede R$ 163.510, mas do jeito que está o T-Cross avaliado, são R$ 178.790. E aí está o primeiro pecado dele…
Soberba
Dentre os 7 pecados capitais, a soberba está ligada à uma pessoa que age como se estivesse acima de tudo e de todos. No caso do Volkswagen T-Cross, ele está acima de tudo e de todos…em preço. Só não é o SUV compacto mais caro do Brasil porque a Honda pede R$ 184.500 pelo HR-V Touring.
Deu para entender porque é tão raro ver algum T-Cross na rua com os faróis full-LED? É um kit caro que traz itens um tanto quanto dispensáveis. Mas equipamentos de série virão em outro pecado. O custo alto do modelo é tão evidente que por R$ 178.020 você leva um Taos Comfortline para casa – um modelo maior e superior em acabamento.
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Avareza
Por falar em acabamento, esse é justamente outro pecado capital cometido pelo Volkswagen T-Cross. Ele é o Chevrolet Tracker tem o pior acabamento da categoria. Ambos estão a quilômetros de distância de qualidade no interior das referências Jeep Renegade e CAOA Chery Tiggo 5X.
Os plásticos usados são bem montados e com encaixes justos, mas a qualidade deixa a desejar. Todos são duros, mas a faixa central do painel em cinza brilhante com uma faixa imitando aço escovado chega a ser oca. Couro no volante decepciona pela qualidade que um dia essa peça teve (nos primeiros Nivus).
Mas no que a Volkswagen não economizou foi na tecnologia do interior. O painel de instrumentos totalmente digital é o melhor da categoria, com gráficos claros, boa quantidade de funções e leitura fácil. O mesmo vale para a central multimídia com tela de ótima qualidade, rápida e fácil de usar. Outra referência no segmento de SUVs.
Luxúria
Mas há uma contrapartida no interior que é um tanto quanto propenso aos praticantes do pecado da luxúria: o espaço interno. Como o entre-eixos do T-Cross brasileiro é o mesmo do Virtus (2,65 m), 9 cm mais longo que o do Nivus e do Polo (e que do T-Cross europeu), a área para passageiros traseiros é bem ampla.
A dianteira chama atenção pela posição bem alta dos bancos. O T-Cross te leva como um grande cadeirão, onde as pernas ficam pouco esticadas verticalmente e mais horizontalmente. Ele permite colocar o banco bem baixo, mas o desenho do painel te convida a dirigir mais alto. Não incomoda, ao contrário do Honda HR-V que tem banco exageradamente alto.
Como o teto é mais alto, mas revestido de tecido preto, há uma certa sensação de diminuição da área para cabeça – menos que o Honda HR-V, vale lembrar. Mas essa sensação é aliviada pelo teto solar. É um opcional caro? Sim, mas que vale à pena no T-Cross. Por fim, o porta-malas de 373 litros é pequeno para a categoria, mas chegaria a 420 litros.
Chegaria porque os bancos traseiros podem ser inclinados um pouco para a frente e o tampão do porta-malas desce para um andar inferior onde está o estepe. Mas não quando você opta pelo pacote opcional com som Beats. Nesse caso, o subwoofer no porta-malas impede que toda a área de carga seja usada.
Gula
Aquele que comete o pecado da gula, tende a exagerar no que coloca para dentro e o T-Cross Highline comete esse pecado pelo bem. É um carro bem recheado de itens de série. Vem equipado com ar-condicionado digital de uma zona (poderia ter duas), chave presencial, faróis com acendimento automático, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro.
Há ainda sistema de vetorização de torque, monitoramento de pressão dos pneus, indicador de fadiga, retrovisor eletrocrômico, luz ambiente, start-stop, direção elétrica e banco traseiro bipartido com regulagem de inclinação em duas posições.
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Inveja
Deixei de propósito dois itens de fora da lista: frenagem autônoma de emergência e piloto automático adaptativo. Isso porque foram dois itens que seus irmãos Taos e Nivus já nasceram equipados e o T-Cross ficou sem. Com inveja, o SUV compacto incorporou os dois equipamentos à sua lista de itens de série na linha 2023.
Só que deles também virá a inspiração para sua primeira reestilização. O T-Cross ditou as regras visuais dos SUVs da Volkswagen, mas Nivus e Taos as aprimoraram. As primeiras mudanças de estilo estão programadas para o próximo ano na Europa e aqui no Brasil o modelo já roda com camuflagem. Mas o Auto+ já antecipou que o interior vai melhorar.
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Ira
Na hora de andar, o Volkswagen T-Cross Highline mostra um tipo de temperamento não muito esperado por um SUV com a aparência que ele tem. O esportivo da família é o Nivus, mas quem anda bem de verdade é o T-Cross. Ele usa o mesmo motor 1.4 TSI de 150 cv e 25,5 kgfm de torque do Polo GTS. Mas curiosamente ronca como ele.
A surpresa ficou por conta do consumo, que é bom para um carro com motor de 150 cv. Oficialmente a Volkswagen declara 8,2 km/l com etanol na cidade e 10 km/l na estrada com o mesmo combustível. Durante nossos testes, ele ficou com média de 10,2 km/l, rodando 65% do trecho em estrada. Com gasolina faz 11,8 km/l na cidade e 14,2 km/l na estrada.
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Preguiça
De nada adiantaria o tempero esportivo do motor, se o T-Cross fosse um carro preguiçoso, molenga. E ele não é. A direção é pesada, nitidamente mais que a média da categoria, mas também bem mais direta e responsiva. Parece que a Volkswagen temperou o modelo como se estivesse fazendo um hatch, mas que no meio do caminho percebeu que era um SUV.
Isso é ruim? Nem um pouco. Afinal existem tantos SUVs hoje em dia no mercado brasileiro tão divertidos de dirigir quanto ver manteiga derreter no microondas. A suspensão é durinha típico Volkswagen: ótima para fazer curvas mais abusadas sem que a carroceria role muito ou fique balançando. Na estrada ele é estável e pouco suscetível a ventos laterais.
Veredicto
A verdade é que o grande pecado capital do Volkswagen T-Cross é o acabamento ruim. Esse é o ponto no qual o SUV compacto decepciona. O custo é mais alto que boa parte dos rivais, mas ainda assim não está tão fora da casinha quanto o Honda HR-V com motores turbo. Além disso, precisa de opcionais para custar tanto, já que o Highline de base está dentro da média.
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