A indústria automotiva mundial talvez tenha atingido seu ápice nos anos 1990. Prova disso é que as montadoras japonesas faziam os carros mais malucos que a indústria já viu, enquanto as marcas americanas e europeias preenchiam cada nicho de mercado que tinham. Prova disso é que Fiesta e Corsa se transformaram em esportivos nessa época.
Até então, o conceito de fazer um cupê esportivo sempre estava atrelado a um modelo de pelo menos porte médio. Nos anos 1990, a Opel (representante europeia da Chevrolet naqueles tempos) tinha acabado de substituir o Manta pelo Calibra. Já a Ford tinha o Probe saindo de linha para abrir espaço para o Cougar.
Ambos os modelos eram baseados em carros maiores da Opel e da Ford. O Calibra era parente do Vectra, enquanto o Cougar nascia a partir do Mondeo. Mas, tanto GM quanto Ford queriam algo menor. Um esportivo para as massas, que fosse divertido de diri
gir, mas ao mesmo tempo acessível. E daí surgiu a ideia de converter Fiesta e Corsa.
Tigre europeu
Apresentado como conceito em 1993, mas produzido a partir de 1994, o Opel Tigra foi o primeiro cupê compacto da Opel. O modelo usava a mesma plataforma do Corsa de segunda geração (primeira como Chevrolet) e compartilhava diversos elementos com o irmão pacato. Entre eles estavam rodas, maçanetas e o painel por completo.
Ele foi vendido no Brasil entre 1998 e 1998 como Chevrolet Tigra, mas saiu de linha por conta da alta repentina do real. A ideia era oferecer uma versão mais estilosa do Corsa, mas não exatamente com pegada mais esportiva. Afinal, o Tigra usava a mesma suspensão do Corsa (levemente mexida pela Lotus), os motores eram iguais, mas era 150 kg mais pesado.
Boa parte do peso extra vinha por conta da traseira. O vidro traseiro curvado é uma peça caríssima do Tigra e que potencialmente vale mais do que o carro na Europa. Ele contava com motor 1.4 quatro cilindros aspirado de 89 cv e 12,8 kgfm de torque ou 1.6 quatro cilindros aspirado de 105 cv e 15,3 kgfm de torque.
O Corsa B saiu de linha em 2000 na Europa e levou consigo o Tigra, que só voltou em 2004, mas com outra proposta. Agora baseado no Corsa de terceira geração (segunda e última como Chevrolet), ele voltou como um conversível com teto rígido. A ideia era oferecer o visual do Tigra anterior, mas com podendo abrir o teto para brigar com o Peugeot 206 CC.
Ele tinha os mesmos motores do Corsa no Brasil: 1.4 aspirado de 90 cv e 1.8 aspirado de 125 cv, mas também havia uma versão diesel 1.3 de origem Fiat. O desenho era mais quadrado, nitidamente inspirado no Opel Astra / Vectra GT, cortando qualquer relação com o Corsa. Menos por dentro, já que a cabine era toda doada do irmão hatch. Ele morreu em 2009.
Fiesta gatão
Vendo o sucesso do Tigra, e visando expandir sua gama de modelos, a Ford lançou o Puma em 1997. O modelo usava a plataforma do Fiesta de quarta geração (primeira no Brasil), conhecido como tristonho. O modelo já trazia elementos visuais que depois seriam empregados em Focus, Ka e na reestilização do Fiesta (apelidado de gatinho).
Diferentemente do Opel Tigra, o Ford Puma tinha reais modificações em relação ao Fiesta. Começava pela suspensão, mais dura, além de bitolas alargadas, transmissão mais curta e um motor exclusivo. Especificamente o 1.7 quatro cilindros aspirado feito em conjunto com a Yamaha.
Esse motor começou sua vida com 125 cv e 16 kgfm de torque, mas depois evoluiu para 155 cv e 16,5 kgfm. O interessante é que esse motor é que os blocos eram produzidos na Espanha, depois enviados para o Japão para montagem final da Yamaha, para depois voltarem a Colônia, na Alemanha, para serem instalados no cofre do Puma.
Havia também versões 1.4 de 91 cv e 1.6 de 104 cv, ambos os motores iguais aos usados no Fiesta, mas com um acerto diferente. Todo Puma foi vendido com transmissão manual de cinco marchas e o visual nunca foi alterado. As vendas foram apenas ok, mas ele saiu de linha em 2002 junto da quarta geração do Fiesta.
O nome Puma voltou em 2019, mas não do jeito que muitos esperavam. O novo Ford Puma nada mais é que o sucessor do EcoSport. Ele se transformou em um SUV compacto com visual bem arredondado e linhas inspiradas no cupê original. Tal qual antes, é um derivado do Fiesta, mas agora presente no segmento que mais vende.
Para você: qual desses dois esportivos pequenos é o mais legal? Conte nos comentários.
>>5 carros que ninguém jamais deveria comprar