Diferentemente de tantas outras marcas europeias, a Volkswagen desenvolveu uma certa teimosia em entrar em novos segmentos. Basta ver quanto tempo ela demorou para lançar o T-Cross e finalmente entrar no mundo dos SUVs compactos. Contudo, em duas situações ela teve todas as chances de fazer sucesso e não quis: com Taigun e com a Tarok.
Apresentado em 2012 no Salão do Automóvel de São Paulo e depois atualizado em 2014 no Salão de Nova Delhi, o Volkswagen Taigun poderia ter sido precursor de um movimento. Momentos antes da explosão dos SUVs, a marca apresentou um SUV subcompacto com plataforma de up! e motor 1.0 TSI. Algo que parecia (e era) genial.
A ideia era oferecer um SUV de entrada, bem abaixo de modelos consagrados no mercado como Ford EcoSport e Renault Duster. O Taigun tinha 3,85 m de comprimento, 1,72 m de largura e 1,57 m de altura. Ele era menor até que o Fiat Pulse, um dos menores SUVs à venda no Brasil.
Em mercados fora do nosso, existem SUVs subcompactos como Renault Kiger, Tata Nexon, Nissan Magnite, Hyundai Benue e Kia Sonet que cobrem esse mercado de utilitários verdadeiramente pequenos. O Volkswagen Taigun poderia ter sido o primeiro desse movimento. Mas a VW o julgou pequeno demais e o descartou.
Caso Tarok
Já com a Tarok, a situação foi pior. A caminhonete intermediária foi apresentada em 2018 no último Salão do Automóvel do Brasil. A ideia da picape era servir como antecipação para o Taos, escondendo algumas de suas linhas por conta do formato de picape e exageros típicos de conceitos.
Só que a repercussão foi tão gigantesca e o modelo fez tanto sucesso que foi parar no Salão de Nova York no ano seguinte e era praticamente tida como certa para a produção. Naquele momento, o mercado de caminhonetes intermediárias só tinha Fiat Toro e Renault Oroch no mundo todo. Ford Maverick, Hyundai Santa Cruz, Chevrolet Montana não tinham nascido.
Tudo parecia certo para que a Volkswagen fosse uma das primeiras na categoria e uma real ameaça para a Fiat Toro, que nadava sozinha. Além disso, chegaria antes da Maverick aos EUA, revelando enorme potencial. Mas a crise da Covid-19 e os custos altos do projeto a levaram ao cancelamento. Hoje a VW trabalha em uma picape, mas baseada no T-Cross.
Acha que a Volkswagen vacilou em não ter lançado o Taigun e a Tarok? Conte nos comentários.
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