Desde 1999, a CAOA é responsável pela importação e até fabricação de carros da Hyundai no Brasil. Contudo, a parceria entre a montadora sul-coreana e o grupo brasileiro andava estremecida desde o começo da década, quando o HB20 e o Creta passaram a ser feitos no Brasil. Desde então, um divórcio era arquitetado pela Hyundai.

Demorou, mas depois de um processo fora do Brasil e muita discussão, CAOA e Hyundai renegociaram seus termos. A marca queria a separação total, enquanto o grupo brasileiro queria se manter firme no negócio. No final das contas, foi proposta uma nova parceria benéfica a todos.

“A partir de agora, todo o portfólio global da Hyundai passa a ter sua comercialização no Brasil simplificada e agilizada a partir da atualização da parceria entre Hyundai e CAOA, respondendo ao momento atual, de elevada competitividade e crescente eletrificação do setor automotivo”, diz Airton Cousseau, presidente e CEO da Hyundai Motor Brasil.

Ou seja, o novo modelo de negócio dá controle total para a Hyundai, contudo a CAOA receberá uma compensação monetária por cada carro importado pela marca. Além disso, a fábrica de Anápolis, Goiás, será usada pela Hyundai para fabricar carros de médio e grande porte. A planta pertence à CAOA, que também se beneficiará disso.

Unificação de concessionárias

Outra mudança drástica está na unificação das concessionárias. Hoje, os pontos de venda que comercializam somente HB20 e Creta passarão também a ter modelos importados, já as concessionárias CAOA receberão os compactos feitos em Piracicaba. Vale lembrar que, das 250 revendas, 46 são da CAOA, que é o maior grupo com a Hyundai.

Hyundai HB20 Limited Plus [Auto+ / João Brigato]

“A CAOA anunciou recentemente a introdução do segundo turno de produção em sua fábrica e já faz estudos para a ampliação da capacidade instalada com um possível terceiro turno ainda este ano. As ações são parte do plano de investimentos de R$ 3 bilhões da empresa para ampliação e modernização da sua unidade industrial instalada no estado goiano há 16 anos”, informa a marca em seu release.

“A fábrica da Hyundai em Piracicaba, inaugurada em 2012, tem capacidade de produção de mais de 200 mil veículos ao ano, operando em três turnos, sem interrupção, desde 2013. De acordo com a atualização da parceria entre Hyundai e CAOA, as capacidades de produção das duas fábricas serão utilizadas estrategicamente para melhor atender a demanda do mercado nacional e internacional”, completa a marca.

Hyundai Creta N Line [Auto+ / João Brigato]

Futura linha

Ainda é especulação, mas a futura linha de carros importados e nacionalizados da Hyundai deverá ser grande. É mais do que certo que o novo Tucson será vendido por aqui. O modelo tem grande potencial de nacionalização e pode ser a dor de cabeça que o Jeep Compass nunca teve, afinal, o Toyota Corolla Cross não chega perto.

Outro modelo com grande potencial é a caminhonete Santa Cruz. Derivada do Tucson, ela é rival direta de Fiat Toro e Ford Maverick, podendo ter sua nacionalização como chave para baixar preços. A marca também deve investir nos novos SUVs Santa Fé e Palisade, mas como importados, voltando a ter um portfólio grande como antes.

Hyundai Santa Fe 2025 [divulgação] — Hyundai Santa Fé 2025 [divulgação]

Modelos elétricos como Ioniq 5 e Ioniq 6 podem vir como importados em baixo volume, mostrando o potencial de eletrificação da marca sul-coreana. Outros modelos como os SUVs subcompactos Venue, Casper e Exter podem ser uma resposta ao segmento que cresce abaixo dos compactos. Até mesmo o esportivo i30 N agora tem chance de vir.

Você acha que a Hyundai chegou em um bom termo com a CAOA? Que carros quer que a marca importe para o Brasil? Conte nos comentários.

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