Com fortes investimentos no Brasil e na Argentina para aumentar produção de seus modelos de sucesso, vulgo Kicks e Frontier, a Nissan quer mais. Um novo modelo está em planejamento para o Brasil para ser produzido na fábrica de Resende, Rio de Janeiro, de onde sai hoje apenas o Nissan Kicks.
Com projeção de produzir 80 mil Kicks em 2022, apesar de inicialmente ter planejado fazer 100 mil unidades, a Nissan quer ampliar a capacidade da fábrica e trazer um novo modelo. Segundo informações obtidas pelo Automotive Business, o investimento de R$ 1,3 bilhão da Nissan no Brasil visa produzir um novo carro aqui até 2025.
Com o Auto+ apurou recentemente, a Nissan não vê possibilidade alguma de fazer o Magnite no Brasil. Primeiro porque o modelo usa base de Kwid e exigiria adaptações na linha de montagem para uma base de carro único. Como o mercado está cada vez mais voltado a plataformas modulares, isso não faria sentido.
O movimento mais lógico é produzir um carro que já esteja sobre a plataforma CMF-B que a Renault usará em seu SUV compacto. Ou até mesmo a CMF-CD se mirar no segmento mais alto. Aliás, é justamente nessa direção que a Nissan aponta. A marca vê sentido em ter um SUV acima do Kicks.
Hoje o SUV compacto tem preços entre R$ 109.290 e R$ 143.990, sendo um dos SUVs compactos mais baratos do Brasil. Encaixar um modelo abaixo dele no espaço apertado que mal existe entre Versa e Kicks não faria sentido. Contudo, atuar no segmento de Toyota Corolla Cross, Jeep Compass e Volkswagen Taos é mais a cara da Nissan.
Compass da Nissan
Eles já têm o modelo perfeito para isso: o Qashaqai. Ele salvou a operação da Nissan na Europa no passado e hoje faz no Velho Continente o que o Jeep Compass faz aqui: vender muito mais que a concorrência e não dar espaço para nenhum rival chegar ao primeiro lugar da categoria. Mas para baratear os custos podemos não ter exatamente o Qashqai europeu.
A marca japonesa pode criar um novo SUV médio, mantendo até mesmo o nome e visual do Qashqai, mas usando a base CMF-B esticada. A plataforma é usada pelo SUV cupê Renault Arkana na Europa e ele tem porte próximo ao do Qashqai. Além disso, a base já será usada por aqui no novo SUV da Renault e na próxima geração do Kicks. Assim, a economia de escala é clara.
Na Índia a Nissan vende o Kicks com plataforma de Duster e visual um pouco diferente do nosso por conta disso. Fazer novamente esse transplante de plataformas para ter o Qashqai no Brasil faria muito sentido. E com a vantagem de que a plataforma CMF-B é bem próxima à CMF-CD e não exigiria tanta adaptação quanto o Kicks indiano com base de Duster.
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