![Nissan Kicks Exclusive com Pack Tech [Auto+ / João Brigato] Nissan Kicks Exclusive com Pack Tech [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2021/04/Nissan-Kicks-Exclusive-com-Pack-Tech_edited-990x556.jpg)
Todo mundo quer um SUV hoje em dia. Não dá mais para negar, pois a categoria cresce cada vez mais. Por isso, se destacar nessa concorridíssima fatia de mercado é tarefa nada fácil. Sem dormir no ponto, a Nissan mudou no Kicks o que era necessário, o recheou de equipamentos e trouxe uma proposta quase imbatível na versão Exclusive com Pack Tech de R$ 119.890.
Quase imbatível, já me adianto, somente pelo fato de que o Kicks não tem motor turbo. Ainda que seu 1.6 aspirado dê conta do recado muito bem. E também por alguns pequenos incômodos que ele traz insistentemente e que foram até herdados pelo Versa – outro modelo que o conjunto da obra da Nissan está acima de muitos rivais.
Posicionamento de custos
Um dos pontos principais em que torna o Nissan Kicks Exclusive um dos SUVs mais atraentes da categoria é o preço. Comparado a rivais diretos, o Exclusive com Pack Tech é mais barato e mais equipado. Modelos como T-Cross, Renegade, Tracker e HR-V apresentam as versões intermediárias Comfortline, Longitude, Premier 1.0 e EXL na mesma faixa dos R$ 120 mil.
O Pack Tech eleva a conta da versão Exclusive de R$ 116.390 para R$ 119.890, mas se faz necessário: o melhor do Kicks está nele. Com ele, o SUV tem itens como alerta de ponto cego, alerta de tráfego cruzado e sistema de som Bose que nenhum outro rival tem. Além disso, traz ainda frenagem autônoma de emergência e alerta de colisão frontal.
Democratização tecnológica
O interessante além de trazer tecnologias de segmento superiores, o Kicks tem sistemas que realmente funcionam. Em quantas situações, alguns desses equipamentos funcionam de maneira excessiva e invasiva. Jamais me esquecerei dos bancos do Equinox que vibravam e assustavam mais que as cenas manjadas dos filmes de terror.
Já a frenagem autônoma de emergência só entra em ação quando a coisa fica feia. Raramente o Kicks emite alertas, como alguns modelos alemães fazem em excesso sem haver um perigo eminente. Com isso, a Nissan parece entregar um pacote de segurança ativa que não pareça invasivo. O carro auxilia o motorista, não tratando dele como se fosse uma babá.
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Aspirado no mundo dos turbo
Como a condução do Kicks não é invadida por seus sistemas eletrônicos, ao volante ele é um carro prazeroso. É notável que a Nissan optou por um comportamento mais neutro em seu SUV compacto: ele não é voltado ao conforto como um Creta, nem mais para o lado esportivo como o Nivus. O Kicks é neutro, e para o comprador de SUVs, isso é ótimo.
Ele não vai ser aquele carro que vai te despertar um largo sorriso no rosto a cada acelerada. Ou que te deixará tão entediado quanto ver a comida esquentar no microondas. É um carro com alma, ainda que levemente contida. A plataforma e conjunto mecânico são os mesmos do Versa, o que faz passar a sensação de um Versa com salto alto.
Ele embala sem muita dificuldade e tem agilidade auxiliada pelo bom trabalho da transmissão automática do tipo CVT. Em momento urbano nenhum o Nissan parece se arrastar ou sentir falta de fôlego como alguns de seus rivais com motor aspirado.
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As faltas
Já na estrada, a falta de potência pode ser sentida em alguns momentos. Isso se da por conta da transmissão insistir em simular trocas de marcha a 4 mil giros. Ao atingir essa faixa, ela derruba a rotação e o Kicks perde fôlego. No Versa, o acerto é melhor e não há esse engasgo.
As retomadas são suficientes, mas o SUV da Nissan luta para se manter em velocidades mais altas. Caso tivesse um motor 1.0 três cilindros turbo – como a Renault e a Nissan estão desenvolvendo para o Brasil – ele seria imbatível na categoria.
Neutralidade equilibrada
Nem macia, nem dura, a suspensão do Kicks absorve bem os impactos, mas bate seco no limite. Não é um devorador de curvas, mas o controle dinâmico de chassi auxilia o SUV a transmitir segurança em velocidades mais altas. Os novos pneus 205/55 R17 com novo compósito também auxiliam nessa tarefa.
Já a direção tem peso elogiável. É leve na medida certa para manobras e uso em baixa velocidade, mas ganha peso conforme a velocidade aumenta. Na estrada, fica firminha, mas sem ser excessivamente pesada. Pena que filtra em excesso o que se passa no asfalto, parecendo um tanto quanto morta às vezes.
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De belo a chamativo
Uma das grandes vantagens que o Nissan Kicks sempre teve foi seu visual. Ainda que não fosse aquele SUV de parar o trânsito, ele era visto como um dos mais bonitos e equilibrados da categoria. Com a reestilização, ele ganhou o toque de ousadia que faltava para chamar atenção. Especialmente se for nesse belíssimo tom azul metálico.
A grade dianteira tem presença e se espicha até o para-choque. Há menos cromado, sendo apenas um filete que a liga aos faróis. Por falar neles, perderam as bolhas de antes e agora trazem uma bela iluminação de LED.
Metro quadrado aproveitado
Outro ponto em que o Kicks se destaca bastante é no interior. Ele é generosamente espaçoso em qualquer fileira. Os bancos dianteiros são, sem dúvida, os mais confortáveis da categoria. Tem boa quantidade de ajustes, são macios e o couro que os reveste tem boa qualidade.
Já para quem se senta atrás, o espaço para as pernas é garantido, mesmo que os passageiros dianteiros sejam altos. Lateralmente pode faltar um pouco de área para os ombros quando o quinto passageiro está ali, mas nada que torne uma viagem no Kicks impraticável. Porta-malas de 432 litros é um dos maiores da categoria.
Destaque nessa versão Exclusive com Pack Tech é o sistema de som Bose, típico de marcas premium. Mas o Kicks vai além de um som assinado, ele traz caixas de som no encosto de cabeça do motorista. O chamado Personal Space, traz a sensação de usar um fone de ouvido. Mas seu efeito só é sentido com o som em volume bem alto.
Ainda nesse ponto, o painel de instrumentos parcialmente digital foi traduzido para o português, ao contrário do que ocorre no Nissan Versa. Ele tem ótima definição e uma vastidão de recursos interessantes. Há, inclusive, gráficos de consumo e monitoramento dos sistemas eletrônicos atuantes.
Veredicto
No limite dos R$ 120 mil, o Nissan Kicks entrega uma lista de itens de série mais do que generosa, com equipamentos de segurança e entretenimento ausentes nos rivais. Isso sem contar o espaço interno acima da média. Outro fator é que ele é mais barato que os principais concorrentes em versões topo de linha equivalentes.
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