![Mercedes-Benz EQS 53 AMG [Auto+ / Maurício Garcia] Mercedes-Benz EQS 53 AMG [Auto+ / Maurício Garcia]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2022/09/Mercedes-Benz-EQS-53-AMG-1_edited-990x556.jpg)
Vamos cortar a choradeira e a conversa fiada sobre o futuro dos carros ser a eletricidade. Todo mundo já sabe disso e está mais do que batido. Por isso não me surpreendi quando a Mercedes-Benz anunciou que seus modelos AMG também seriam elétricos. O que me chamou atenção foi o que o EQS 53 AMG se propõe a ser e fazer.
Ele é o Classe S dos elétricos, ou seja, tem nas costas o peso de ser a referência máxima de luxo, sofisticação e, no caso, performance por culpa da sigla AMG. Por isso ele é exagerado em todos os sentidos. Começa pelo preço colossal de R$ 1.399.900 cobrados pelo modelo sem qualquer tipo de opcional.
Temos também as proporções. Entre os sedãs elétricos como Porsche Taycan, BYD Han e Audi RS e-tron GT, o Mercedes-Benz EQS é o maior. São 5,22 m de comprimento, exatos 3 cm a menos que uma Volkswagen Amarok, que é uma picape média. Largura 1,92 m registra 5 cm a mais que um Jeep Wrangler, já os 1,51 m de altura são 4 cm a mais que um Hyundai HB20.
Classe S dos elétricos
Grande por fora, reflete também no espaço interno. É tão enorme que parece um apartamento de luxo na cobertura com living ampliado e sacada gourmet. Especialmente na traseira, onde mesmo um passageiro bem alto consegue cruzar as pernas e se sentir na primeira classe do avião. E há airbags de cinto para os passageiros traseiros.
Mas o que impressiona ao entrar no Mercedes é o conjunto formado por três telas e que forma uma superfície plana de 55”. A televisão de muita gente em casa não tem esse tamanho ou qualidade das telas aqui mostraras. A da esquerda é o painel de instrumentos, totalmente configurável e cheio de recursos.
Depois temos a central multimídia no meio do carro, a maior tela de todas e a com mais recursos. O mapa, por exemplo, tem função de realidade aumentada e os modos de condução podem ser configurados ali. Por fim, o passageiro conta com uma central multimídia própria que o faz servir verdadeiramente como co-piloto.
No modo arrancada, por exemplo, somente o passageiro pode acionar e as luzes de largada são mostradas para ele, assim como a telemetria dessa arrancada e os tempos para atingir determinados patamares de velocidade. Sobre o modo de arrancada, volto a falar depois, mas já dou um spoiler: é o mais divertido que usei na vida.
Exageros futuros
Apesar de extremamente vistosa, a profusão de telas torna algumas operações mais complicadas e distrativas do que o necessário. Operar o ar-condicionado é possível somente na tela e parte dele fica coberto pelo volante, atrapalhando no uso rápido. Mesmo o sistema da Mercedes sendo muito fácil de usar e intuitivo, a tela deixa algumas operações mais lentas.
O volante também tenta complicar as coisas ao usar alguns botões como sensíveis ao toque, como o de volume, por exemplo. Além disso, não há um singelo comando para troca de músicas, o que atrapalha no dia a dia. Os botões com telas do volante para comandos rápidos são práticos, mas você vai mudar o atalho constantemente sem querer, garanto.
Pessoas de baixa estatura simplesmente não conseguem dirigir o carro, enquanto motoristas mais altos se obrigarão a adotar uma posição de dirigir de SUV em um sedã baixo e esportivo. Na hora de acelerar, isso não ajuda a dar confiança. E não venha culpar o EQS por ser elétrico porque BYD Han, Porsche Taycan e Audi RS e-tron GT tem posição perto do chão ao dirigir.
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Foguete propulsor
O que há de mais legal em um carro elétrico é a força absurda que esses carros têm. Como o EQS 53 AMG é a ponta mais alta da Mercedes-Benz nesse mundo eletrificado, ele não poderia ser diferente. Entrega 658 cv e 96,9 kgfm de torque distribuídos por dois motores. O dianteiro vem com 238 cv e 42,3 kgfm de torque, enquanto o traseiro empata em torque mas conta com 455 cv.
Isso resulta em um mamute com tamanho de Amarok e 45 kg mais pesado que uma RAM 1500 Rebel com seus voluptuosos 2.655 kg disparando aos 100 km/h em 3,8 segundos. O Taycan o deixa para trás, enquanto o BYD Han quase empata. Mas como o EQS faz essa façanha é que deixa tudo bem mais legal.
Ele ganha velocidade muito rápido e faz isso te instigando com um ronco artificial. É uma mistura de barulho de V8, com som metalizado de um elétrico tocado por uma orquestra de computadores regida por um extraterreste. Sim, sei que é artificial, mas é um dos sons mais legais que os carros possuem hoje. Divertidíssimo.
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Anjo AMG
Se fosse um muscle-car, esperaríamos do EQS 53 AMG somente boa performance em retas. Mas o sedã é alemão, e se essa terra sabe fazer algo bom além de salsichão, é um carro que faz curvas bem. Com o eixo traseiro esterçante, rodas grandes de 21 polegadas e suspensão a ar bem firme, o grandalhão engole curvas como se fosse um Classe A.
Vira rápido, tem pouca torção de carroceria e se mantém extremamente firme. A vantagem da suspensão a ar é que ele se torna um carro quase confortável nas ruas esburacadas, até porque ele tem acerto firme o tempo todo. Além disso, é baixo demais, ou seja, raspar em lombadas ou entradas de prédio se tornará uma rotina – mais que com o Taycan.
Um Mercedes-Benz AMG de verdade passa a sensação de que quer te matar se andar no Sport+. Nos outros modos, eles são civilizados, mas no mais bravo, uma curva mal feita e uma acelerada mais forte do que deveria faz o carro se transformar em pião da casa própria. Até pilotos experientes têm um pouco de medo de colocar os AMG em Sport+ nas ruas.
Veredicto
Não há dúvidas de que o Mercedes-Benz EQS 53 AMG é o Classe S dos elétricos. Tem luxo em níveis tão altos que até Narcisa Tamborindeguy ficaria impressionada e performance digna de honrar a sigla AMG. A quantidade de tecnologia embarcada é tão absurda quanto seu preço. Ou seja, é o pacote completo.
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