![Honda HR-V 2023 vs HR-V 2021 [Auto+ / João Brigato] Honda HR-V 2023 vs HR-V 2021 [Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2022/09/Honda-HR-V-21_edited-990x556.jpg)
Trocas de geração costumam carregar boas características do modelo antigo, adicionar novas tecnologias e correção de defeitos. Às vezes as mudanças são tão gigantescas que a única coisa que sobra em comum entre um modelo e o outro é o logotipo da marca. E foi justamente isso que aconteceu com o Honda HR-V.
Com um hiato de quase um ano entre a morte da primeira geração feita no Brasil e o novo modelo, o SUV compacto teve bastante tempo para acertar seu jogo. Algumas evoluções aconteceram na mesma tocada que algumas involuções ficaram nítidas. Para deixar isso ainda mais claro, comparamos o HR-V 2023 com um modelo 2021 para tirar a prova.
5 por 8
Vamos primeiro tirar o elefante da sala: o ponto mais polêmico da mudança de geração do Honda HR-V está no motor. Saiu de cena o 1.8 quatro cilindros aspirado herdado do Civic, entrou o 1.5 quatro cilindros aspirado do City. Eram 140 cv e 17,3 kgfm de torque no antigo, que se tornaram 126 cv e 15,8 kgfm no modelo novo.
Só que na estrada a discrepância é brutal. O antigo anda bem mais, acelera sem muito sofrimento e evita mais que a transmissão CVT faça gritaria. Já o novo não gosta de acelerações fortes, exige planejamento nas ultrapassagens e pede a todo tempo que a transmissão segure a rotação lá em cima e o faça gritar para ter fôlego.
Enceradeiras HR-V
Em comum aos Honda HR-V está o comportamento letárgico da transmissão. Ela gosta de deixar o motor berrar desnecessariamente e segura a rotação em regime ideal para fazer o SUV deslanchar. Só que isso provoca a sensação de estar pilotando uma enceradeira. Como o antigo tem mais fôlego, faz isso com menos constância, mas o câmbio do novo é mais esperto.
Hatch e SUV
Há um outro ponto em que a dirigibilidade dos HR-V é completamente oposta: suspensão e chassi. O antigo tem suspensão bem mais firminha, típica de um Honda. Ele contorna as curvas melhor e é um carro bem mais assentado. Já o novo preza pelo conforto que os donos dos SUVs gostam. Absorve melhor os impactos, mas não no nível Jeep Renegade, vale ressaltar.
Algo que sempre me incomodou no Honda HR-V era a estrutura mole. Ao passar em um buraco, sua traseira chacoalhava. Era nítido não ser um carro estruturalmente firme. Na nova geração, ele se solidificou, chegando a níveis que lembram muito o Civic. O rodar ficou mais silencioso e refinado, como de carros premium.

O que vê, o que sente
Entre as estratégias da Honda para dar um ar mais SUV ao HR-V está a posição de dirigir alta. Excessivamente alta, aliás. Ele tem todo o desenho da cabine e para-brisa voltados a um estilo esportivo, que o deixaria mais confortável se dirigisse baixo. Só que o banco foi posicionado mais alto para dar a posição de comando que todo dono de SUV gosta.
Mas Honda, não era melhor ter ampliado o range do ajuste do banco ao invés de obrigar todos a dirigir lá nas alturas? Minha cabeça não ficava longe do teto mesmo na regulagem mais baixa. Isso contrasta com a geração anterior do SUV, onde era possível sentar baixo verdadeiramente, quase como um hatch.
Mas até tocar nas superfícies. O acabamento piorou nitidamente. Tudo que era macio, agora é recheado por plásticos duros. Até mesmo a faixa de couro do painel não é mais acolchoada. Já o console central super elevado de antes não existe mais, mas por lá é possível encontrar couro macio. Material emborrachado só na parte superior das portas.
Mas nada pesou mais a perda de porta-malas. Ele foi de 437 litros par 354 litros, além de ter a tampa reduzida, o que prejudicou a entrada facilitada de objetos. Ao menos o super prático sistema magic-seat segue lá e tão prático quanto antes.
![[Auto+ / João Brigato]](https://www.automaistv.com.br/wp-content/uploads/2022/09/Honda-HR-V-12_edited-750x450.jpg)
Serviço da tecnologia
Se antes o Honda HR-V era referência em central multimídia péssima, agora ele é referência em sistema ruim. Melhorou? Sim, mas segue muito abaixo da média da categoria. Algo inexplicável acontece com as montadoras japonesas no Brasil que não conseguem acertar uma central multimídia nos carros produzidos no nosso país.
No antigo a tela era pequena, com definição de celular tijolo da Nokia e mais lenta que fila de banco no dia do pagamento. A nova ganhou definição de tv de tubo, mas a velocidade agora é compatível com um celular moderno, mas daqueles baratinhos. Tem Android Auto e Apple CarPlay sem fio para se dizer moderna. Em ambos, o menu é confuso e ruim.
Felizmente o ar-condicionado agora tem comandos físicos. Saiu de cena a placa acrílica com comandos chatos de usarem, entrou a mesma peça de Accord e City, a qual conta com botões rotativos e um visor digital para informações rápidas. É simples, elegante e muito prático de usar.
A câmera no retrovisor direito era item do modelo antigo só na Touring e agora está em toda a gama. Farol de LED também era item só lá no topo e agora está para todos.
Arcos e retas
A impressão final é que a nova geração tem estilo mais esportivo e é bem maior, ainda que as medidas sejam praticamente idênticas. Ele também passa a sensação de ser um carro mais moderno e caro. Só que não há muito de Honda nele. Facilmente se passaria por um CAOA Chery, um Nissan ou até por um Volkswagen dependendo de como colocado o logotipo.
Veredicto
Ficou nítido que a nova geração do Honda HR-V nasceu para agradar aos donos de SUVs que querem posição de dirigir alta, conforto de rodagem, bom espaço interno e, se possível, economia de combustível. Já o antigo HR-V mirava nos bons preceitos de um Honda: dirigibilidade esportiva e apurada, e vinha de brinde soluções criativas no interior.
>>Chevrolet Tracker Premier 1.2 é custo-benefício e só | Avaliação
>>CAOA Chery Tiggo 5X Pro é o rei dos superlativos | Avaliação
>>Jeep Renegade Sport é o SUV do custo-benefício forte | Avaliação