O Honda Fit fez um enorme sucesso durante seus 18 anos de comercialização, entre 2003 e 2021, sendo o segundo modelo produzido em Sumaré, no interior de São Paulo. Com uma legião de fãs, muitos deles ficaram órfãos com a chegada do City Hatch, que não tem uma vida fácil em nosso mercado, embora seja um projeto com muitos predicados.
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Contudo, um dos motivos é que ele tem que se provar e convencer os fãs do Honda Fit, que ao longo de três gerações provou ser vencedor pela dirigibilidade condizente à proposta e, principalmente, a ótima versatilidade oferecida na cabine.
O Honda City Hatch chegou ao mercado brasileiro no início de 2022 e, além de substituir o best-seller Fit, precisou duelar com os utilitários esportivos. Aliás, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), de janeiro a outubro deste ano, ele soma 12.140 emplacamentos nos dez primeiros meses de 2024.
Para comparar, o Toyota Yaris Hatch registrou 23.087 veículos vendidos, e o Volkswagen Polo, 111.998. Para reverter esse cenário, o Honda City Hatch 2025 ganhou uma injeção de ânimo, vendido em quatro versões: LX, EX, EXL e Touring.
Os preços são de R$ 117.500 para a versão de entrada LX, R$ 125.000 (EX), R$ 133.200 (EXL) e R$ 141.400 para a topo de linha Touring. Todas elas, equipadas com o motor de quatro cilindros 1.5 naturalmente aspirado com injeção direta, associado ao câmbio continuamente variável (CVT).
Honda City Hatch 2025 de cara nova
A linha 2025 trouxe uma injeção de ânimo ao Honda City Hatch, deixando-o mais dinâmico esteticamente. Os mais atentos irão reparar no para-choque frontal redesenhado, assim como na grade do radiador em colmeia, que é diferente da empregada no irmão sedã, o qual também recebeu mudanças visuais na linha 2025.
Ainda falando da dianteira do Honda City Hatch 2025, a barra que interliga os faróis ganhou um acabamento em Black Piano, contribuindo para um visual mais esportivo. A traseira também está diferente, com a inclusão do novo para-choque, o que aumentou o comprimento da carroceria em dois centímetros.
Aliás, o Honda City Hatch 2025 mede 4,34 m de comprimento, 1,74 m de largura, 1,49 m de altura e 2,60 m de entre-eixos. Algumas dessas dimensões são maiores que as do Jeep Renegade Turbo T270 4×2 (a partir de R$ 118.290), com 4,26 m de comprimento e 2,57 m de entre-eixos), para comparar.
Apesar disso, o porta-malas do Honda City Hatch 2025 é de 265 litros. Mas, o sistema de modularidade dos bancos Magic Seat permite configurar os assentos em quatro modos (Utility, Long, Tall e Refresh), privilegiando a versatilidade e permitindo transportar objetos volumosos na cabine.
Interior acima da média
Ao abrir a porta, o interior do Honda City Hatch 2025 seduz pela qualidade construtiva, escolha dos materiais e arremates bem feitos. Uma boa novidade é a introdução do freio de estacionamento eletrônico com a função Brake Hold (mantém o carro parado sem a necessidade de pressionar o pedal do freio) nas configurações EX, EXL e Touring.
A central multimídia, tão requisitado pelos consumidores, é de oito polegadas e ganhou uma nova interface com gráficos melhorados, boa resolução, além de ser intuitiva, permitindo acessar o menu desejado com poucos cliques na tela. A conectividade Apple CarPlay e Android Auto é sem fio.
Além disso, o sistema Lane Watch segue na versão Touring, eliminando os pontos cegos. No entanto, a resolução da imagem poderia ser melhor. Em contrapartida, tanto a Touring quanto a EXL trazem um quadro de instrumentos com tela TFT de sete polegadas para visualizar informações do computador de bordo. O carregador de smartphone por indução também equipa a versão Touring.
Quem viaja atrás dispõe de bom espaço para as pernas, graças aos 2,60 m de entre-eixos (ligeiramente inferior ao do Nissan Kicks, com 2,61 m, e maior que o Volkswagen Polo Highline, com 2,56 m). O desenho dos bancos abraça bem o corpo, assim como o comprimento de assento e a inclinação do encosto ajudam a não cansar em trajetos longos. Além disso, há saídas de ar dedicadas aos ocupantes da segunda fileira.
Condução
Costumo dizer que certos carros não devem ser julgados apenas pelos números de desempenho, mas sim pela experiência de condução, e o novo Honda City Hatch é um deles. Os dados da ficha técnica podem não impressionar, mas nos primeiros quilômetros ele mostra a que veio.
O motor de quatro cilindros 1.5 naturalmente aspirado trabalha em perfeita harmonia com o câmbio CVT, produzindo 126 cv e 15,8 kgfm quando abastecido com etanol. Com 1.184 kg e uma relação peso-potência de 9,39 kg/cv, ele mostra uma boa disposição.
No desafio da balança, o Honda City Hatch 2025 é ligeiramente mais pesado que o Nissan Kicks Exclusive (1.139 kg) e o Volkswagen Polo Highline (1.154 kg), que custa a partir de R$ 124.390, com motor tricilíndrico 1.0 turbo de 116 cv e 16,8 kgfm (etanol).
Ao volante, as reações são condizentes à proposta, progressivas e auxiliadas pelo trabalho da caixa CVT, que prioriza as baixas rotações, permitindo rodar grande parte do tempo em torno de 1.500 a 1.750 rpm com a função Econ acionada, privilegiando a eficiência.
De acordo com o Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro (PBEV), o Honda City Hatch 2025 registra médias de consumo na cidade de 9,2 km/l (etanol) e 13,2 km/l (gasolina), enquanto na estrada faz 10,5 km/l com etanol e 15 km/l com gasolina. Na prática, registra sem esforços mais de 13 km/l na cidade (sem trânsito), podendo fazer impressionantes 19 km/l ou mais de 20 km/l na estrada com gasolina.
Na Mão
O Honda City Hatch 2025 é um carro na mão, com direção eletricamente assistida que responde rapidamente, contribuindo para mudanças rápidas de trajetória. Essa capacidade de serpentear nas curvas se deve à menor distância ao solo em relação a um SUV e às suspensões.
Elas adotam a arquitetura McPherson no eixo dianteiro e barra de torção atrás, mantendo a famosa calibração mais firme da Honda em comparação aos modelos da Toyota. No uso diário, elas absorvem bem as irregularidades do piso, inibindo a rolagem da carroceria nas curvas. Em nenhum momento se sente pancadas secas ao trafegar por um asfalto mal pavimentado.
As rodas de 16 polegadas calçam pneus de medidas 185/55 e, para cuidar da segurança dos passageiros, a versão Touring inclui controles eletrônicos de tração e estabilidade, assistente de partidas em rampas, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), alerta de pressão dos pneus e o Honda Sensing.
Esse sistema contempla assistentes à condução, incluindo controlador de velocidade adaptativo, acionamento automático dos freios para evitar colisões, detecção de faixas de rolagem com ajuste de direção para manter o veículo centralizado, correção de saídas involuntárias de faixa e farol alto automático. O funcionamento do Honda Sensing é suave, ao contrário dos sistemas utilizados por outras marcas, sem movimentos bruscos no volante.
Veredicto
No frigir dos ovos, o Honda City Hatch 2025 é um carro para quem gosta de uma condução mais afiada em relação aos utilitários esportivos e prefere um carro dinâmico para as tarefas cotidianas, apesar do porta-malas de 265 litros. Mas é sucessor do Fit? Não. Faltam coisas para isso.
Ele ainda pode buscar o seu lugar ao sol, embora tenha qualidades para tanto, principalmente pelo motor 1.5 e o consumo de combustível. Mas, se você estiver na dúvida entre ele e um utilitário esportivo, faça um test drive para confirmar o que estou dizendo. Acho que não irá se arrepender.
O que você achou do Honda City Hatch 2025? Gostou mais deste visual ou do anterior? Escreva sua opinião nos comentários!
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