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Honda Accord surpreende no consumo e decepciona no preço | Impressões

Confortável, rápido e estupidamente econômico, o novo Honda Accord assume um risco considerável ao chegar na faixa de preço das marcas de luxo

Novo Honda Accord [divulgação]
Novo Honda Accord [divulgação]

O Honda Accord sempre foi o suprassumo da marca no mundo dos sedãs. E a nova geração continua respeitando esta tradição, embora em outros aspectos haja muitas mudanças. Se antes o modelo podia ter um motorzão V6, desde a geração passada o enorme capô dianteiro traz um conjunto híbrido de última geração.

Como dito no texto de lançamento, a Honda fez melhorias no conjunto do novo Accord. Porém, na essência, é o mesmo sistema híbrido utilizado no Honda Civic e:HEV. Trata-se de um conjunto bastante eficaz, por priorizar os motores elétricos, utilizando o 2.0 a combustão como um gerador, na maior parte do tempo, ou então para dar um incremento de potência, quando o pedal do acelerador é exigido.

O resultado disso é um consumo extremamente baixo. Nos dados oficiais, o novo Accord faz 17,8 km/l na cidade e 16,1 km/l na estrada. Durante as primeiras impressões, ele fez 22,8 km/l no ciclo misto, com mais rodovias do que ruas urbanas. 

Novo Honda Accord [divulgação]
Novo Honda Accord [divulgação]

Quando entrei no carro, o painel informava que a autonomia disponível era de 950 km. E, pelo número de consumo que consegui, não é de se duvidar que isto seja possível.

Honda Accord: o cruzador japonês

O Accord é um sedã voltado para o conforto. Com seus 4,97 m de comprimento e entre-eixos de 2,83 m, espaço é o que não falta para o modelo. Na verdade, falta um pouquinho para a cabeça de quem viaja atrás e tem mais de 1,80 m. Culpa do caimento mais acentuado do teto. Porém, é possível até cruzar as pernas no banco traseiro, tamanho o espaço que sobra.

Por conta dessas características, ele é bastante macio para rodar. A direção é leve, mas precisa. E o conjunto de suspensão tem uma calibração certeira, ao mesmo tempo que fornece uma estabilidade de trem, já que é como andar sobre trilhos.

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Some a isso as assistências eletrônicas, como o ACC e o sistema de permanência em faixa, e você tem uma condução semiautônoma bastante eficaz, já que os sensores são bem ajustados.

E mesmo sendo um veículo voltado ao conforto, as respostas do novo Accord são bem rápidas, principalmente pelo torque instantâneo dos motores elétricos. Com o modo Sport acionado, ele fica ainda mais ágil.

Por todas essas características, o sedã grande da Honda se sente em casa quando está em uma rodovia. Afinal, com seu tamanho, espaço interno amplo e autonomia longa, ele foi feito para quem gosta de pegar a estrada com a família. E cabe bastante bagagem no porta-malas, com seus 574 litros de capacidade.

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Problemas

Embora seja um dos modelos mais luxuosos da Honda, o Accord tem alguns problemas de modelos mais simples da marca. Um exemplo é o sistema de câmera do lado do passageiro. Ao dar seta para a direita, a central multimídia exibe a imagem desta lente, para evitar pontos cegos. 

O problema é que se você está em uma bifurcação, a imagem cobre o mapa, e até voltar para a tela, você já vai ter perdido a entrada. Sem contar que a definição da câmera não é das melhores, embora seja um bom recurso de segurança.

Novo Honda Accord [divulgação]
Novo Honda Accord [divulgação]

Só que esse sistema só fica do lado direito do carro. E não há sensor de ponto cego no espelho dos retrovisores, o que é uma falta considerável em um carro de R$ 324 mil.

O acabamento é bom, e há diversos materiais sensíveis ao toque. Mas a cabine acabou parecida demais com a do Civic e até do HR-V, o que pode afastar os potenciais compradores do modelo. Afinal, sempre é bom ter personalidade própria, ainda mais neste segmento.

Veredicto

Não dá para dizer que o Honda Accord é um carro ruim, porque isso ele não é. Seu consumo é excelente e, ao volante, o sedã é bastante agradável. No entanto, seu principal problema é o mesmo do Civic: o preço. Nessa faixa, ele já briga com carros da BMW e da Audi. E quem procura essas marcas, geralmente não abre mão do status que elas agregam.

Novo Honda Accord [divulgação]
Novo Honda Accord [divulgação]

Sem contar que um grande rival mora na mesma casa. Ou melhor, no mesmo showroom. Afinal, o Accord custa R$ 65 mil a mais que o Civic, e traz praticamente o mesmo sistema híbrido. Evidentemente que há a diferença no tamanho, mas pode ser que quem vá na concessionária para ver o irmão maior, acabe ficando com o Civic pela diferença no valor.

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