De olho na BYD

GWM Haval H6 PHEV19 resolve o problema Song Plus | Impressões

Nitidamente criado para barrar o BYD Song Plus, o GWM Haval H6 finalmente resolve a dúvida que muita gente tinha

GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]
GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]

Comparar o GWM Haval H6 com o BYD Song Plus é um clichê tão grande quanto antigamente pensar em Fiat Palio contra VW Gol, ou Honda Civic versus Toyota Corolla. Ou até exemplos mais recentes como Renault Kardian contra Fiat Pulse. É nítido que BYD e GWM se movimentam uma de olho na outra.

Por isso, a introdução do novo GWM Haval H6 PHEV19 não pareceu surpresa. Afinal, o modelo da Great Wall estava apanhando feio nas vendas para o BYD Song Plus justamente porque o rival oferece uma versão PHEV bem mais barata. O foco do Haval sempre foi a performance no modelo plug-in, enquanto o HEV2 pegava os clientes de base.

Só que a distância forte entre os R$ 214 mil do HEV2 para os R$ 279 mil do PHEV34 faziam com que os (até então) R$ 229 mil cobrados pelo Song Plus fossem decisivos para os clientes da GWM mudarem de marca. Com isso, o novo PHEV19 pegou a fórmula e o preço do rival e bem se posicionou. Mas vale a pena?

GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]
GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]

Conjunto diferente

Sendo um novo modelo intermediário, ele também tem mecânica intermediária. Para a versão PHEV19, a GWM se livrou do motor elétrico traseiro e diminuiu as baterias. O motor 1.5 quatro cilindros turbo segue lá com 150 cv e 23,4 kgfm de torque. Já o dianteiro elétrico conta com 177 cv e 30,6 kgfm.

O total da brincadeira é 326 cv e 54 kgfm de torque — bem mais que os 235 cv e 40,8 kgfm do rival. Com isso, o Haval chega aos 100 km/h em 7,6 segundos, ficando 0,9 segundo à frente do BYD. Contudo, ele tem autonomia menor e consumo maior. Só no modo elétrico, roda 60 km e faz 11,7 km/l na cidade e 10,4 km/l na estrada.

GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]
GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]

Na prática, ele mantém a boa performance que sempre teve. O Haval H6 nitidamente acelera forte por conta do sistema elétrico, mas, como sua transmissão tem duas marchas, quando a segunda é engatada, ele recebe um segundo soco de potência e ganha muita velocidade.

A linearidade do sistema é notável, fazendo com que a transição entre os sistemas elétrico e a combustão não seja sentida pelo motorista. O SUV sempre tem força à disposição e não nega fôlego. Pena que o test-drive promovido pela marca tenha sido feito sobre intenso (e coloca intenso nisso) trânsito na Marginal Pinheiros em São Paulo.

GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]
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Acerto brasileiro

Diferentemente da BYD que não faz acertos específicos de direção e suspensão para o Brasil, a GWM calibrou o Haval especificamente para o nosso mercado. Ele tem direção bem rápida e firminha, dando a ele um gosto bem europeu de direção. A suspensão segue pela mesma tocada, deixando o SUV estável mesmo com seu tamanho avantajado.

A força extra do conjunto híbrido, combinado ao fato de ele ter tração só na dianteira, faz com que ele destracione com facilidade. Só que o sistema eletrônico do controle de tração e estabilidade atua cedo para que o Haval não fique fritando pneu sem necessidade. Por falar em sistemas eletrônicos, eles foram atualizados para a linha 2025.

GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]
GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]

A GWM diz que diminuiu a incidência de barulhos chatos no carro e até diminuiu o barulho da seta. Mas não foi isso que foi visto no test-drive. Ele segue exagerado nos alertas, algo bem comum em carros chineses. Além disso, traz um novo modo de condução que dá prioridade ao sistema elétrico e baixa o consumo. Mas o trânsito não deixou testá-lo direito.

Detalhes a mais

Uma das maiores diferenças da versão PHEV19 está no acabamento interno. O Haval H6 recebeu detalhes em couro off-white nas bordas dos bancos, console central, painel e portas. Além disso, trocou os detalhes em prata por cobre. É uma combinação bem chinesa, seguindo um pouco do que é feito no BYD Song Plus.

GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]
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Particularmente, achei a parte de cobre um pouco “too much”, mas há quem goste do contraste. O acabamento segue impecável, com muitas superfícies macias ao toque, materiais emborrachados e couro em tudo quanto é canto. As telas, do painel de instrumentos e da central multimídia, também merecem elogios.

O espaço traseiro é grande, com entre-eixos longo de 2,73 m, o GWM Haval H6 abriga bem pessoas altas. O espaço para as pernas é farto, assim como a cabeça. Especialmente porque ele tem teto solar como item de série. E o vidro se estende até o começo do porta-malas, dando a todos o direito de olhar o céu. O porta-malas leva bons 560 litros.

GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]
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Veredicto

Se antes o seu orçamento determinava ir ao BYD Song Plus ou ao GWM Haval H6, agora a nova versão PHEV19 torna a escoha mais difícil. Ambos os modelos tem vários atributos, mas nitidamente se separam em duas direções diferentes quanto à dirigibilide. O Song é mais confortável e capaz de fazer mais de 1.000 km com um tanque.

Já o Haval é mais gostoso de dirigir, tem acerto específico para o nosso mercado e passa uma sensação de ser um carro maior em mais refinado. Mesmo com o preço aumentando para R$ 239 mil no dia 21, como prometido pela marca, é uma compra muito vantajosa. Aliás, dentro da linha H6, é a melhor versão.

GWM Haval H6 PHEV19 [divulgação]
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