Muitas empresas trabalham no vermelho por anos visando um lucro futuro. Mesmo companhias centenárias usam dessa estratégia para que, daqui há uns anos, sobrevivam. Esse é o caso da Ford, que anunciou que terá prejuízo de R$ 15,8 bilhões (US$ 3 bilhões) em 2023 por conta de sua divisão de carros elétricos.
Hoje a estrutura da Ford é dividida em três áreas. A Blue cuida de modelos a combustão e híbridos, enquanto a Pro trata dos veículos comerciais e a Model E dos carros elétricos. As duas primeiras divisões são lucrativas e saudáveis, garante a marca, mas a vertente destinada a carros elétricos, não. E está tudo bem.
Quando a divisão foi criada, em 2021, o prejuízo havia sido de R$ 4,75 milhões (US$ 900 milhões), que subiu para R$ 11 bilhões (R$ 2,1 bilhões) em 2022 e agora chegará ao pior valor da história: R$ 15,8 bilhões (US$ 3 bilhões). Contudo, isso não significa que a Ford terá prejuízo, já que as divisões Blue e Pro compensam as perdas da Model E.
A ideia da Ford é gastar R$ 265 bilhões / US$ 50 bilhões no desenvolvimento de carros elétricos até 2026, segundo a Bloomberg. Até lá, a marca espera vender 2 milhões de modelos a bateria por ano. Isso permitirá 8% de lucro por carro vendido: um salto frente os 40% de perda que ela sofreu com os elétricos vendidos em 2022.
Apesar dos números assustadores, as contas da Ford estimam lucro entre R$ 47 bilhões (US$ 9 bilhões) e R$ 58 bilhões (US$ 11 bilhões) em 2023. Para atingir esses níveis, a Ford acredita conseguir cortar R$ 13,2 bilhões nos custos de desenvolvimento de carros a combustão. Só a linha Pro, fará a marca lucrar R$ 31,6 bilhões (US$ 6 bilhões).
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