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Talvez o lançamento mais importante dos últimos 20 anos, a Fiat Toro conseguiu solucionar um problema que aparentemente não existia. Quem comprava uma picape, ou optava pelas compactas para o trabalho ou pelas médias para ter mais porte e mais robustez. Só que as médias são grandes demais e as compactas levam pouca gente (antes da Strada 4 portas).
A Toro acabou por se posicionar perfeitamente no meio termo entre o público de Strada e Hilux. Com a vantagem de ter uma dirigibilidade de SUV que acaba por atrair também os compradores dessa categoria. Mas e no território dos R$ 200 mil? É aí que a Toro Ultra topo de linha começa a perigosamente invadir o segmento das picapes médias.
Troco no refino
Hoje todas as picapes médias diesel estão bem acima dos R$ 200 mil. O trio principal da categoria prova isso. Ford Ranger começa em R$ 213.090 na versão XL Cabine Dupla. Já a Chevrolet S10 não sai por menos de R$ 224.820 na LS Cabine Dupla. Mais cara das três, a Toyota Hilux custa a partir de R$ 235.190. Já a Toro Ultra sai por R$ 200.890.
O fato de ser menor, possibilitou à Fiat cobrar menos na Toro e lotar a Ultra de equipamentos. Ela traz de série itens como banco elétrico para o motorista, faróis full-LED, seis airbags, frenagem autônoma de emergência, alerta de mudança de faixa com correção de volante, assistente de farol alto, monitoramento de pressão dos pneus e faróis de neblina.
Por esse preço nas médias, o máximo que você vai encontrar é vidro elétrico nas quatro portas e um rádio.
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Visto e sentido
Nessa faixa de preço, a exigência por acabamento de qualidade é bem maior. Mas as picapes tem certo passe livre. Não há material macio ao toque no interior da Toro Ultra. Contudo, os plásticos usados são de ótima qualidade. A montagem é exemplar e não deixa a desejar.
Visualmente chama atenção a central multimídia vertical. A tela tem ótima definição e menus claros e fáceis de usar, apesar de exigir a entrada em diversos submenus para fazer até operações mais simples. A velocidade do sistema também é elogiável, mesmo quando usando CarPlay ou Android Auto sem fio.
Já o painel de instrumentos totalmente digital apresenta um certo atraso na exibição das rotações do motor. Mas a tela tem boa definição e não fica ofuscada pelo sol. Auxilia nessa operação a presença de uma película fosca que evita reflexos a todo custo. Vale destacar também a grande presença de porta-objetos na cabine, incluindo um debaixo do banco.
Na versão Ultra, a Fiat deu à Toro bancos revestidos em couro com discretos detalhes em vermelho. Traz uma sofisticação a mais sem exagero. Afinal, essa não é uma versão Abarth da picape. Na traseira, o banco curto e reto torna viagens longas não tão confortáveis e a ausência de saída de ar por lá incomoda.
Menor discrepância
Quanto maior a picape, maior a participação do diesel em suas vendas. Tanto que hoje a única média que tem versão flex é a S10. No caso da Toro, há um equilíbrio interessante entre as versões flex e diesel. Especialmente porque depois da mudança para o 1.3 turbo, a diferença de performance para a diesel diminuiu expressivamente.
Isso tira o brilho do modelo topo de linha? Nem um pouco. O 2.0 MultiJet II quatro cilindros turbo diesel é valente e bem econômico. Ele ainda não passou pela atualização que Compass e Commander tiveram com a inclusão de Arla, mas a Toro não escapa da mudança para 2022. São saudáveis 170 cv e 35,7 kgfm de torque.
Basta uma pisada mais forte no acelerador para que rapidamente a Toro baixe a marcha, o motor encha e ela ganhe velocidade. A grande questão do diesel é a força com o qual ele puxa a picape. Ela não é excepcionalmente rápida, mas forte nas aceleradas e retomadas. Por conta da grande quantidade de marchas, ela chegou a marcar 14 km/l na estrada.
Coerência robusta
Muitos pilotos de teclado adoram desdenhar da Fiat Toro por ser uma picape monobloco. Contudo, a sua construção é verdadeiramente robusta e isso pode ser sentido no dia-a-dia. A suspensão é um dos melhores trabalhos da Fiat, atuando em absoluto silêncio mesmo em situações extremas e de impacto.
Chama atenção também o comportamento da picape na terra. Ela se sente confortável nesse cenário, rodando com robustez e tranquilidade. A tração nas quatro rodas, ativada automaticamente sob demanda, também torna o off-road mais fácil e intuitivo.
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Cara de RAM
Grande diferencial da versão Ultra está em seu visual. Nessa configuração, a Fiat Toro ganha grade frontal com desenho inspirado nas picapes RAM e acabamento cinza acetinado no lugar dos cromados. Há ainda estribo lateral, detalhes em preto por toda carroceria, rodas escurecidas, estribo lateral e interior com temática escura.
Mas o item único dela está na caçamba. Fechada com uma cobertura de fibra de vidro, a Toro Ultra parece um grande sedã. O único problema é que ele não tem isolamento para a chuva, o que torna, na prática, igual a uma capota marítima, mas menos prático. Ao menos traz um estilo mais parrudo e diferente.
Veredicto
A não ser que faça absoluta questão de mais espaço na caçamba e um pouco mais na cabine, a Fiat Toro Ultra vai suprir todas as necessidades que um picapeiro tem. Vale mais à pena uma caminhonete menor e bem mais recheada que uma média com o mesmo nível de equipamentos de um hatch de entrada.
Ela ainda tem o tamanho certo para a cidade e é verdadeiramente um carro ótimo para dirigir. Optar pela versão Ultra é total questão de gosto, até porque a Ranch custa R$ 2 mil a menos e a Volcano com os mesmos itens é R$ 3 mil mais barata. Na prática, as três Fiat Toro tem o mesmo nível de equipamentos.
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