Toda novidade chama atenção no mercado. E com o lançamento do Fiat Pulse no Brasil uma bandeira foi levantada: é o fim do Argo Trekking? Antes de cantar vitória para o SUV compacto, é preciso esclarecer que a Fiat crava de pés juntos que os dois têm públicos diferentes. Mas com preço tão próximo, o hatch ainda vale à pena?
Para descobrir, comparamos as versões equivalentes dos dois modelos. O Pulse Drive 1.3 de entrada chegou por R$ 79.990. Já o Fiat Argo Trekking 1.3 já está há um tempo no mercado e hoje custa R$ 78.990. Vale lembrar que ele foi lançado em abril de 2019 por R$ 58.990.
Medidas
Argo e Pulse são construídos sobre a mesma plataforma, ainda que o SUV compacto tenha tido melhorias e alterações extensas a ponto da Stellantis dizer que é uma nova base. As medidas, entretanto, mostram a proximidade, mas com vantagem para o Pulse. O estreante tem 4,09 m de comprimento, 1,77 m de largura, 1,57 m de altura e entre-eixos de 2,53 m.
No Argo, o comprimento é 10 cm menor, a largura perde em 5 cm, ele é 1 cm mais baixo e tem entre-eixos reduzido em 1 cm. As bitolas também mudam, com o Pulse tendo alargamento de 3 cm na dianteira e 1 cm na traseira. Isso permitiu ao porta-malas crescer de 300 litros (no Argo) para 370 litros – ajudou também a mudança de método de medição da Fiat.
Na aptidão off-road, o Argo Trekking surpreendentemente tem melhores números que o Pulse. O ângulo de entrada do hatch aventureiro é de 21° e o de saída de 31,1°. Já o Pulse tem 20,4° de ângulo de entrada e 31° de ângulo de saída. O vão livre na parte inferior da carroceria é de 19 cm no SUV contra 21 cm no hatch.
Motorização
Comparando os modelos 1.3, a vantagem é do Argo em alguns sentidos e do Pulse em outros. Por enquanto, somente o SUV conta com o novo acerto do motor Firefly. Ele foi feito para atender às novas leis de poluição e consumo que entrarão em vigor no próximo ano. A modificação será estendida também ao Argo e ao Cronos.
Contudo, por enquanto, o Argo Trekking tem vantagem de produzir 109 cv e 14,2 kgfm de torque a 3.500 rpm. O Pulse entrega 107 cv e 13,7 kgfm de torque a 4.000 rpm. Os números são com etanol. No consumo, vantagem do estreante, ainda que ele tenha 1 litro a menos de capacidade no tanque (47 litros conta 48 do Argo).
Na cidade, o Pulse faz 9,1 km/l com etanol, enquanto na estrada bate os 10,1 km/l com o mesmo combustível. Em situação igual, o hatch aventureiro marca 8,4 km/l e 9,7 km/l, respectivamente. Com gasolina, são 12,6 km/l na cidade e 14,7 km/l na estrada para o novato, contra 12,1 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada para o sucessor do Palio.
E há um ponto bem crucial por aqui: Argo Trekking e Pulse Drive contam com transmissão manual de cinco marchas. Contudo, somente o SUV compacto tem opção de transmissão CVT. Com o câmbio continuamente variável, ele sai por R$ 89.990. Preço é inferior ao Argo automático mais barato, justamente o Trekking 1.8 de R$ 93.290.
Equipamentos
A lista de itens de série de Pulse Drive e Argo Trekking é bem parecida até certo ponto. Ambos tem direção elétrica com ajuste somente na altura, travas elétricas, vidros elétricos nas quatro portas com função um toque, ar-condicionado, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay, retrovisores elétricos, airbags duplos, controle de tração e de estabilidade.
Os irmãos ainda trazem na lista de equipamentos padrão sensor de ré, monitoramento de pressão dos pneus, banco do motorista com regulagem de altura e chave canivete. Mas daí em diante, o Pulse leva vantagem com versões melhoradas dos itens presentes no Argo. Exemplo é o ar-condicionado automático, os faróis que são de LED ou a presença de quatro airbags.
Além disso, a central multimídia do SUV é maior e tem conexão sem fio com Android Auto e Apple CarPlay. O Pulse ainda traz a mais rodas de liga-leve. A vantagem do Argo Trekking é ter faróis de neblina como item de série. Ele ainda pode receber o kit Trekking Plus por R$ 4.090 que adiciona rodas de liga-leve e câmera de ré. O Pulse Drive não tem opcionais.
Cores
Quem quer mais opções de cores, terá de recorrer ao Fiat Pulse. O SUV tem oito tonalidades diferentes contra cinco do Argo Trekking. Em comum, eles oferecem os tons Preto Vulcano, Branco Banchisa, Vermelho Montecarlo, Cinza Silverstone e Branco Alaska. Ou seja, todas as cores do Argo estão no Pulse.
Como exclusividade, o modelo mais novo tem as pinturas Azul Amalfi, Prta Bari e Cinza Strato. Todas as cores são cobradas à parte, exceto o Preto: e custa mais caro trocar o visual padrão do SUV. As cores sólidas adicionam R$ 1.000 contra R$ 950 no Argo. O tom especial Cinza Strato custa R$ 1.500 a mais e não tem equivalente no Trekking.
Já os tons metálicos custam R$ 2.000 a mais no Pulse contra R$ 1.800 no Argo. Por fim, a única cor perolizada deles engorda a conta em R$ 2.350 no SUV e os mesmos R$ 1.800 das cores metálicas no caso do hatch.
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