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Por alguns anos o Fiat Cronos foi vendido no Brasil com opções ruins de despensa da embreagem. Os modelos automáticos de verdade usavam o beberrão e velho motor 1.8, enquanto o valente 1.3 aspirado convivia com a trágica transmissão automatizada GSR monoembreagem. Mas agora tudo mudou com o advento do CVT.
A Fiat trouxe do Pulse Drive a combinação de motor 1.3 Firefly à transmissão continuamente variável para criar o melhor conjunto mecânico que o Cronos já teve. Some isso ao conjunto de custo-benefício forte da versão S-Design e terá aqui o sedã compacto mais racional do mercado brasileiro. E detalhe: só ele e o Chevrolet Onix Plus turbo sem nome custam menos de R$ 100 mil.
Entrada top
O grande mote do Fiat Cronos S-Design é a lista generosa de equipamentos atrelada a um visual levemente esportivo. Ele toma como base a versão Drive e cobra R$ 3.710 a mais pelo pacote. Junte ao pacote Drive Plus para ter R$ 91.900. Sem esses itens, o Cronos Drive custa R$ 88.190, mas te garanto que o upgrade vale à pena.
A lista de equipamentos ainda é contemplada pelos itens da Drive, que apresenta controle de tração e estabilidade, airbags duplos, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay, controle de som no volante, vidros elétricos nas quatro portas, monitoramento de pressão dos pneus, banco com ajuste de altura e volante com ajuste de altura.
Cuidado com o tempo
Apesar da falha leve em ergonomia, o interior do Fiat Cronos é quase impecável. O acabamento é de qualidade bem acima da média da categoria, em especial quando comparado ao Chevrolet Onix Plus ou ao Volkswagen Virtus. Está próximo ao Nissan Versa, ainda que deva em alguns pontos.
Só que ele já mostra sinais de idade. Primeiro por não ter sequer um espaço para colocar o celular. Dá para usar o porta-copos, que é pequeno e não cumpre sua função quando o celular está lá. Aliás, porta-copos do Cronos são todos pequenos e as portas não levam uma garrafa. Outro sinal de avanço do tempo é a central multimídia.
Apesar de ser fácil de usar e ter uma definição apenas ok, a tela é muito pequena e lotada de bordas. A área para Android Auto e Apple CarPlay fica reduzida pelos menus da parte inferior, o que a torna ainda menor visualmente. Enxergar o mapa pode ser difícil para algumas pessoas. Painel de instrumentos é analógico, mas o computador de bordo completinho compensa.
Há de elogiar, porém, o espaço traseiro. Os bancos dianteiros finos o tornam mais espaçoso que o Fastback, além de não ter área para cabeça atrapalhada pelo teto. É um sedã que recebe bem seus passageiros, mas não chega à vastidão de espaço que o Nissan Versa possui. Porta-malas leva bons 525 litros.
Encaixe perfeito
Desde o lançamento do Fiat Cronos, havia ficado claro que o motor 1.3 Firefly era o melhor disponível para o sedã. O 1.8 sempre foi muito fraco e o 1.0 só apareceu agora na “reestilização”. Bem entre aspas mesmo porque as únicas mudanças foram a adição de um segundo bigode na grade frontal e volante de Pulse.
Com 107 cv e 13,7 kgfm de torque, o quatro cilindros aspirado é bastante elástico e anda bem. É irônico que esse conjunto presente em Strada e Pulse não tenha se encaixado tão bem quanto no Cronos. Na picape, parece faltar força, no SUV parece desengonçado. O sedã tem seu estado de arte com performance a contento, ficando acima do justo.
Essa boa administração entre consumo e performance vem do câmbio CVT. Ele é muito mais inteligente e esperto que o usado no Honda City. Há real simulação de sete marchas, não precisando enfiar o pé no acelerador para isso. Saídas de sinal mais fortes são acompanhadas de trocas suaves que eliminam totalmente o efeito enceradeira.
Espírito brasileiro
Sabendo ler o mercado como poucas marcas, a Fiat investiu em dois pontos cruciais no Cronos que se fazem necessários no Brasil: conforto e robustez. O sedã não tem medo de buracos, respondendo com uma suspensão que absorve bem os maus tratos, é macia boa parte do tempo, mas sem se comportar como um pudim nas curvas.
Sólida, a carroceria chama atenção. Mas o isolamento acústico está somente dentro da média. Ele não roda como um carro mais caro, como faz o Honda City, mas sim como um compacto muito bem construído.
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Veredicto
Dentro do segmento de sedãs compactos, se você quer transmissão automática só tem duas opções: Fiat Cronos ou Chevrolet Onix Plus. O italiano tem a vantagem de se apresentar em duas versões e ainda ter todo o apelo visual e de equipamentos do S-Design, o tornando um gigantesco custo benefício. Já o rival economiza tanto que nem nome a versão possui.
No Cronos, o motor 1.3 e o câmbio CVT encontraram seu estado de arte, rodando nitidamente bem melhor que em Pulse e Strada. Faltam itens de segurança e mais modernidade a ele, mas como a Fiat mudou o foco do sedã de ser um modelo sofisticado para ser o custo-benefício da categoria, está cumprindo sua função. E muito bem, aliás.
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